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Vídeo mostra jovens sequestradas pelo Boko Haram vivas

Obtido pela CNN, vídeo teria sido registrado em dezembro de 2015 e foi usado em negociações entre governo e grupo como prova de que as meninas estão vivas

Meninas sequestradas pelo Boko Haram: vídeo obtido pela rede CNN mostra as jovens vivas e teria sido gravado em dezembro de 2015 (Reprodução/Twitter)

Meninas sequestradas pelo Boko Haram: vídeo obtido pela rede CNN mostra as jovens vivas e teria sido gravado em dezembro de 2015 (Reprodução/Twitter)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 14 de abril de 2016 às 16h39.

São Paulo – Dois anos depois do sequestro das meninas de uma escola em Chibok, no estado de Borno (Nigéria), pelo grupo extremista Boko Haram, um vídeo que teria sido registrado em dezembro do ano passado mostrou cerca de 15 dessas jovens vivas.

As imagens foram obtidas pela rede de notícias americana CNN, que consultou familiares e colegas das vítimas para comprovar as identidades daquelas que aparecem nas imagens. De acordo com a apuração da rede, o vídeo foi produzido por militantes como prova de vida das meninas e foi enviado para as autoridades responsáveis pelas negociações com o grupo.

O governo nigeriano, contudo, não confirmou a autenticidade do vídeo, informou a CNN, que consultou ainda uma fonte ligada ao Ministério da Informação do país. Essa fonte teria demonstrado preocupação em relação ao fato de que as meninas exibidas não pareciam muito diferentes da época em que foram sequestradas, dois anos atrás.

Veja abaixo trechos do vídeo obtido pela CNN:

Sequestro

Na madrugada de 14 de abril de 2014, ao menos 276 meninas, de diferentes idades e cristãs em sua maioria, foram levadas à força durante a noite da escola onde estudavam. Algumas conseguiram escapar, enquanto outras foram coagidas a se converter ao islamismo e casar com membros do grupo ou usadas em ataques suicidas. O número exato de sobreviventes é, até hoje, incerto.

O sequestro das meninas ganhou a atenção internacional imediatamente com o lançamento de uma campanha intitulada “#BringBackOurGirls” (“Tragam Nossas Meninas de Volta”, em português) pela ativista nigeriana Hadiza Bala Usman, que rendeu manifestações em todo o mundo e a adesão de nomes como Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, e de Malala Yousafzai, Nobel da Paz em 2014.

O governo da Nigéria, por sua vez, iniciou uma ofensiva contra o grupo para tentar libertar as meninas. Entre as medidas, foi anunciada uma recompensa de cerca de 300 mil dólares por informações que trouxessem pistas sobre o paradeiro das jovens.

Violência contra a infância

Nesta semana, um relatório divulgado pela Unicef mostrou a situação grave a qual estão expostas as crianças e adolescentes que vivem nas regiões nas quais o grupo atua e que incluem, além da Nigéria, Chade, Camarões e Níger.

Segundo os dados revelados pelo estudo, os terroristas hoje usam uma criança em cada cinco ataques suicidas e 75% delas são meninas. Há 1,3 milhão de crianças deslocadas em razão da violência do grupo e ao menos 5 mil delas foram separadas de seus pais.

Boko Haram

Formado em 2002 na região de Maidguri, capital de Borno , o grupo é liderado por Abubakar Shekau, um dos homens mais procurados do mundo pelos Estados Unidos, e significa “a educação ocidental é pecado”. Desde 2009, o Boko Haram vem intensificando seus ataques e expandindo sua área de atuação.

Em 2015, por exemplo, meses depois do sequestro das jovens, o grupo executou um de seus mais cruéis ataques ao invadir o pequeno vilarejo de Baga, que fica em Borno, e massacrar ao menos duas mil pessoas. 

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