Abuso: no domingo, no Facebook, Angel Nelson detalhou o que aconteceu com seu filho de 9 anos. (Facebook/Reprodução)
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 11h39.
Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 09h17.
São Paulo - Imagens da câmera de segurança de uma escola em Kentucky, nos Estados Unidos, mostram uma professora arrastando uma criança com autismo pelos corredores da instituição.
O caso ocorreu em outubro de 2018, mas só veio a público agora após a mãe da criança, Angel Nelson, postar o vídeo nas redes sociais, para alertar outros pais sobre o problema. As imagens causaram uma onda de indignação no país.
"Meu filho merece justiça", escreveu a mãe do menino, Angel Nelson. "O fato de que ele não é capaz de verbalizar completamente o que passou significa que devemos lutar muito mais por todas as crianças, mas especialmente para as crianças que não podem falar por si mesmas", defendeu.
O menino foi diagnosticado com autismo, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), ansiedade e depressão. Além disso, seu discurso também é limitado.
O filho de Nelson teria dito a ela que a professora "o jogou em uma cadeira" antes de arrastá-lo pelo pulso pelo corredor, mas as câmeras não mostram isso. Elas só mostram o que aconteceu fora da sala de aula. A mãe do menino alegou que ele sofreu vários ferimentos no pulso.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira (7), o distrito de Greenup County School, responsável pela unidade educacional, fez questão de enfatizar que seguiu o “protocolo de segurança estabelecido”, dizendo que uma investigação formal foi iniciada e que a mulher vista no vídeo não está mais ensinando na escola.
“Os pais foram contatados imediatamente e o aluno foi avaliado pela enfermeira da escola e encaminhado para avaliação médica externa. O Serviço de Proteção à Criança foi contatado e a Polícia do Estado de Kentucky abriu uma investigação. A professora foi removida da escola", disse o comunicado.
"Acredito que todas as escolas devem ter câmeras instaladas para proteger alunos e professores", escreveu a mãe do menino. "Além disso, todas as escolas devem ter mais treinamento para professores lidar com crianças com deficiência".
"Nós, como pais, confiamos nos professores e funcionários da escola diariamente para ajudar a ensinar e ajudar nossos filhos a terem sucesso. Nunca devemos ter que nos preocupar com algo assim", desabafou.
Um relatório recente dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aponta taxas crescentes de autismo no país: 1,7 por cento das crianças (uma em cada 59) foram diagnosticadas com o transtorno em 2014, ante 1,5 por cento em 2012 (uma a cada 68).