Oslo - A televisão pública norueguesa NRK divulgou nesta segunda-feira, pela primeira vez, um vídeo mostrando o extremista de direita Anders Behring Breivik estacionando a caminhonete-bomba antes da explosão do veículo, que deixou oito mortos em Oslo no dia 22 de julho de 2011.

Capturadas pelas câmeras de vigilância, estas imagens mostram a caminhonete sendo estacionada diante do prédio que abriga o gabinete do primeiro-ministro e o motorista, vestido com um uniforme, se distanciando a passos largos.

"Geralmente, o primeiro-ministro e seus seguranças que estacionam ali, mas há motoristas que estacionam sem permissão todos os dias e devemos impedi-los", comenta no documentário realizado pela NRK um agente de segurança no dia 22 de julho de 2011.

As autoridades norueguesas foram duramente criticadas por não terem fechado a rua em torno da sede do governo, mesmo depois dessa medida ter sido decidida em 2004. A morosidade burocrática explica por que essa ordem não tinha sido adotada.

O agente de segurança que acompanhou a cena no monitor de controle disse que acreditava que o motorista da caminhonete fosse um vigia. Ele explica que chegou a iniciar o procedimento para afastar o veículo, entrando em contato com o registro de automóveis para determinar o nome do proprietário.

"Eu peguei o telefone e...", acrescentou, sem terminar a frase.

O vídeo mostra a explosão da bomba de cerca de uma tonelada por diferentes ângulos. A deflagração matou oito pessoas e feriu dezenas.

O primeiro-ministro Jens Stoltenberg trabalhava em sua residência oficial naquele momento e não foi atingido.

Na gravação é possível ver também Breivik partindo a bordo de um segundo veículo, um Fiat cinza, no qual ele foi em seguida para a ilha de Utoeya. Lá, ele abriu fogo contra jovens trabalhistas reunidos em uma colônia de férias, causando a morte de mais 69 pessoas.

Imagens do atentado já haviam sido divulgadas no tribunal durante o processo, mas esta foi a primeira vez que elas foram apresentadas ao público.

No dia 24 de agosto, Breivik, que afirmou estar em uma cruzada contra o multiculturalismo, foi condenado à pena máxima, 21 anos de prisão, que poderá ser prolongada indefinidamente enquanto ele for considerado perigoso.