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Vice-presidente do Peru renuncia e defende eleições gerais antecipadas

Decisão representa um alívio para o impasse com Vizcarra e uma derrota para a oposição fujimorista

Mercedes Aráoz: vice-presidente do Peru renunciou na noite desta terça-feira, 1º (Andrea Verdelli/Reuters)

Mercedes Aráoz: vice-presidente do Peru renunciou na noite desta terça-feira, 1º (Andrea Verdelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 10h09.

Última atualização em 2 de outubro de 2019 às 15h43.

A vice-presidente do Peru, Mercedes Aráoz, renunciou na noite desta terça-feira, 1º, um dia depois de ter sido jurada pelos congressistas como presidente interina do país - após aprovação da suspensão temporária do mandatário Martín Vizcarra - e defendeu a antecipação de eleições gerais. A decisão representa um alívio para o impasse com Vizcarra e uma derrota para a oposição fujimorista.

"Comunico minha decisão de renunciar, de maneira irrevogável, ao cargo de segunda vice-presidente constitucional da República" e "declino o encargo conferido" pelo Congresso de substituir Vizcarra, escreveu Mercedes em uma carta dirigida ao chefe do Legislativo, Pedro Olaechea, divulgada por ela no Twitter.

"Diante da orientação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para que o Tribunal Constitucional seja o encarregado de decidir sobre a constitucionalidade da medida adotada pelo Sr. Martín Vizcarra de dissolver o Congresso da República, considero que não há as mínimas condições para exercer o encargo que me atribuiu o Congresso", alega Mercedes.

Ela acrescentou esperar que sua renúncia "leve à convocação de eleições gerais no menor tempo possível para o bem do país". Mercedes também explicou em sua carta que declina da incumbência conferida pelo Parlamento por "incapacidade moral".

Durante toda terça-feira, ela evitou o contato público, após sua questionada posse como presidente interina, mas deu entrevistas a veículos de imprensa estrangeiros, nos quais reconheceu que sua incumbência era uma saída política para a crise entre os Poderes do Estado.

O governo anunciou na segunda-feira, 30, que a eleição do novo Parlamento será realizada no dia 26 de janeiro do 2020, conforme estipulado na Constituição Política em caso de dissolução do Legislativo.

No entanto, Vizcarra permanece na presidência e analisa a recomposição de seu gabinete ministerial, após a renúncia de seu primeiro-ministro, Salvador del Solar.

O presidente trabalha agora na formação do seu novo gabinete, ao lado de seu novo premiê, Vicente Zeballos, com a expectativa de prestar juramento ainda nesta quarta-feira.

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