Theresa May: "respeitamos a decisão da Suprema Corte, e iremos apresentar os próximos passos ao Parlamento em breve" (Kirsty Wigglesworth/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 08h40.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 10h07.
Londres - O governo do Reino Unido afirmou nesta terça-feira que mantém os planos de iniciar o "Brexit" antes do fim de março, apesar da decisão da Suprema Corte que obriga que a saída do país da União Europeia (UE) seja aprovada pelo parlamento.
Em comunicado, um porta-voz do governo disse que a primeira-ministra Theresa May respeita a decisão da Justiça e que em breve apresentará à Câmara dos Comuns os passos sobre o processo.
"O povo britânico votou pela saída da UE, e o governo cumprirá essa a decisão ativando o artigo 50 (do Tratado de Lisboa), como estava planejado, até o fim de março. A sentença de hoje não muda nada", afirmou o porta-voz do governo.
"É importante lembrar que o parlamento respaldou a realização do referendo e já indicou que apoiará o processo de saída da UE conforme o calendário que estabelecemos", completou.
Mais cedo, o advogado-geral do Reino Unido, Jeremy Wright, que representou o governo na Suprema Corte, se disse "decepcionado" com a decisão que determinou a nova consulta sobre o "Brexit".
A Suprema Corte do Reino Unido negou um recurso apresentado pelo governo contra uma sentença de novembro, que obrigava a obtenção da aprovação do parlamento antes de ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que dá início ao processo de negociação para retirar o país do bloco comunitário.
O Partido Trabalhista, que lidera a oposição, antecipou que irá aprovar o "Brexit", mas pretende apresentar emendas ao projeto de lei que será enviado pelo governo à Câmara dos Comuns para garantir mais controle parlamentar durante o processo de negociação.
Apesar da expectativa de oposição de alguns grupos parlamentares, espera-se que o "Brexit" seja aprovado sem dificuldades graças à maioria do Partido Conservador, liderado por May.