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Venezuelanos protestam por poder, água e fim de governo de Maduro

Venezuelanos, que já sofrem com a hiperinflação e com a escassez generalizada de alimentos e medicamentos, dizem que crise piorou ainda mais no último mês

Juan Guaidó: Guaidó invocou a constituição para assumir a presidência interina em janeiro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó: Guaidó invocou a constituição para assumir a presidência interina em janeiro (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de abril de 2019 às 17h08.

Venezuela - Depois de semanas de cortes de energia e de acesso limitado à água, dezenas de milhares de venezuelanos foram às ruas no sábado para apoiar o líder da oposição Juan Guaidó e protestar contra o presidente Nicolás Maduro, acusado de arruinar a economia do país sul-americano.

Os venezuelanos, que já sofrem com a hiperinflação e com a escassez generalizada de alimentos e medicamentos, dizem que a crise caótica no país piorou ainda mais no último mês, quando cortes de energia elétrica deixaram vastas áreas do território venezuelano no escuro por dias, cortando também o fornecimento de água e de serviços de telefonia celular.

Guaidó, que lidera a Assembleia Nacional controlada pela oposição e é reconhecido como chefe de Estado legítimo pela maioria dos países Ocidentais, chamou protestos para o sábado para marcar o início do que chama de uma nova onda de protestos "definitivos" para derrubar Maduro.

Guaidó invocou a constituição para assumir a presidência interina em janeiro, denunciando Maduro como um "usurpador" depois do início de seu segundo mandato seguindo uma eleição nacional de 2018 que é amplamente vista como fraudulenta.

Maduro, que tem o apoio das Forças Armadas e de aliados militares que incluem Rússia e China, caçoa de Guaidó pintando-o como uma marionete dos Estados Unidos, e diz que ele enfrentará a Justiça.

Em Caracas, milhares de apoiadores da oposição se reuniram em um ponto de encontro no distrito de El Marques, na região leste da cidade. Os manifestantes disseram que suas casas estavam sem água por dias e que muitos precisaram retirar água de canos não confiáveis ou de riachos vindos da montanha de Avila, ao lado de Caracas.

"Precisamos nos livrar desse usurpador, e não podemos pensar em nada além disso", disse Claudia Rueda, uma mulher de 53 anos no protesto em Caracas.

Em um determinado ponto, a multidão gritava "A água se foi, a energia se foi e agora, Maduro, você precisa ir também."

Dois grandes blecautes desde fevereiro levaram o governo de Maduro a cancelar dias de aulas e trabalho e deixaram vários estabelecimentos fechados. A retomada dos serviços ainda é irregular, e cidades como San Cristobal, Valencia e Maracaibo ainda relatam faltam de energia de maneira intermitente.

A Assembleia Nacional, em sua conta no Twitter, diz que dois de seus parlamentares foram presos por autoridades no protesto em Maracaibo e pedia a liberação imediata dos dois. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido sobre comentários.

O Partido Socialista promoveu uma marcha rival em Caracas no sábado mas o comparecimento foi pequeno, com apenas algumas centenas de pessoas reunidas vestindo camisetas e bonés vermelhos tocando tambores e dançando salsa.

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