Hugo Chávez: o adiamento da posse é definido por organizações venezuelanas nos EUA como violação constitucional (Oscar Sabetta/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 11h41.
Miami - Grupos de venezuelanos nos Estados Unidos alertaram na terça-feira a comunidade internacional e as Forças Armadas de seu país sobre o perigo do adiamento da posse do presidente Hugo Chávez, doente em Cuba, o que classificam como uma ditadura.
As organizações Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio (Veppex) e Venezuela Awarennes Foundation (VAF) rejeitaram "a aberração constitucional de adiar a posse" de Chávez prevista para quinta-feira, 10 de janeiro, e dar assim "continuidade aos atuais representantes do poder executivo, violentando de maneira flagrante o estabelecido no texto constitucional".
Em um comunicado conjunto emitido de Miami, Veppex e VAF indicaram que na Venezuela "está sendo dado um golpe de Estado" ao manipular "a constituição que foi clara em demonstrar o fim de um governo em exercício e o início de um novo período constitucional e o juramento que dá legitimidade ao mesmo".
"A comunidade internacional deve estar alerta diante destes fatos que se aproximam porque a Venezuela é um país formalmente e legalmente em ditadura', indicaram Veppex e VAF, que defendem os direitos de ao menos 5.500 venezuelanos que vivem como exilados políticos no exterior.
As duas organizações presididas em Miami, onde reside a maioria dos mais de 200.000 venezuelanos que vivem nos Estados Unidos - a maioria opositores ao chavismo - convocaram "os setores institucionais da Força Armada Nacional a cumprirem seu papel como policiais da constituição nacional e devolverem o império da lei que foi aniquilado pelos que, a partir de 10 de janeiro, estarão usurpando o poder".
Por sua vez, a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) de Miami classificou de "imatura, ridícula e inconstitucional a tese da continuidade presidencial", em um comunicado divulgado depois que, em Caracas, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, anunciou que Chávez não participará na quinta-feira da posse e o fará mais adiante perante o Supremo Tribunal de Justiça.