Venezuela: eleição ainda vem em meio a mais um escândalo contra o governo Maduro envolvendo a Odebrecht (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2017 às 06h58.
Última atualização em 13 de outubro de 2017 às 07h20.
Os eleitores venezuelanos vão às urnas no domingo para escolher os governadores de 23 estados — e a força que a oposição ou o governo ganharam ao longo dos últimos meses será colocado à prova.
Atualmente, a legenda do presidente Nicolás Maduro, o Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), detém o comando de 20 estados no país, e os opositores vão tentar ampliar sua atuação no território.
A vantagem é que Maduro anda com a popularidade baixa: em setembro, seus índices de aprovação eram de 23%, depois de terem batido mínimas de 17% em julho, de acordo com dados do instituto de pesquisa Datanálisis.
A mesma instituição também mostra que cerca de 45% da população votaria em candidatos de oposição, enquanto que apenas 21% votariam em chavistas.
Entre maio e agosto deste ano, protestos incessantes foram realizados contra o governo de Nicolás Maduro, que decidiu instituir uma Assembleia Constituinte para alterar as leis do país.
Mais de 120 pessoas morreram nas manifestações, que foram severamente reprimidas pelo exército e pela polícia, e a posse dos deputados constituintes foi considerada uma manobra antidemocrática por diversos países e organismos internacionais, já que foi vista como uma estratégia para ampliar os poderes do presidente.
A eleição ainda vem em meio a mais um escândalo contra o governo. Em delação premiada, o presidente da Odebrecht Venezuela, Euzenando Acevedo, declarou ter pago 35 milhões de dólares para a campanha eleitoral de Maduro. Mas a oposição também tem seus problemas.
Foram encontrados caixas com cédulas que somavam 61.000 dólares no carro da ativista Lilian Tintori, ao que ela alegou que não era crime ter dinheiro e que a poupança era destinada aos cuidados de saúde da sua avó.
Mas o maior empecilho está mesmo na confiabilidade do processo eleitoral. O referendo que ratificou a nova Assembleia Constituinte teve pelo menos 1 milhão de votos fraudados pelo governo, segundo a própria empresa contratada para a votação. Ninguém espera mais lisura no domingo.