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Venezuela substitui ministra da Saúde após piora da crise

Dados do Ministério da Saúde desta semana revelaram que os casos de mortalidade infantil aumentaram 30% e que mortalidade materna subiu 65%

Maduro: a ginecologista Antonieta Caporale, que só ocupou o cargo por quatro meses, foi substituída pelo farmacêutico Luis López (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: a ginecologista Antonieta Caporale, que só ocupou o cargo por quatro meses, foi substituída pelo farmacêutico Luis López (Miraflores Palace/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de maio de 2017 às 15h40.

Caracas  - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, demitiu subitamente a ministra da Saúde depois que o governo rompeu um silêncio de quase dois anos a respeito de dados que mostram que a crise médica piorou consideravelmente no país.

A ginecologista Antonieta Caporale, que só ocupou o cargo por quatro meses, foi substituída pelo farmacêutico Luis López, informou Caracas.

Dados do Ministério da Saúde publicados nesta semana revelaram que os casos de mortalidade infantil aumentaram 30 por cento e que mortalidade materna subiu 65 por cento, enquanto as ocorrências de malária aumentaram 76 por cento no ano passado. Também houve um salto em doenças como difteria e Zika.

No quarto ano de uma recessão brutal, a Venezuela está sofrendo com a escassez generalizada de remédios e de equipamentos médicos básicos. Uma associação farmacêutica de renome disse que a nação carece de cerca de 85 por cento dos medicamentos.

Milhões também são vítimas da falta de alimentos e da inflação em disparada, o que alimenta protestos contra Maduro.

Ao anunciar a mudança ministerial no final da noite de quinta-feira, o vice-presidente Tareck El Aissami não deu explicações para a demissão.

"O presidente Nicolás Maduro agradece a doutora Antonieta Caporale por seu trabalho", escreveu ele no Twitter.

O ministério parou de divulgar cifras depois de julho de 2015 em meio a um grande apagão de dados.

A pasta define mortalidade infantil como a morte de crianças de 0 a 1 ano e a mortalidade materna como a morte na gravidez ou 42 dias após o final da gestação.

O governo venezuelano só informa o número de casos e mudanças em percentagens, ao invés de taxas para cada mil pessoas, como a maioria dos países, tornando as comparações úteis com outros períodos de tempo e países impossíveis.

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