Mundo

Venezuela publica carta no "NY Times" e nega ser ameaça

A carta, que ocupa uma página inteira do jornal americano e é assinada pelo ministério das Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro: "nunca antes na história da nossa nação, um presidente dos Estados Unidos tentou governar a Venezuela por decreto. É uma ordem tirânica e imperial", diz a carta (Juan Barreto/AFP)

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro: "nunca antes na história da nossa nação, um presidente dos Estados Unidos tentou governar a Venezuela por decreto. É uma ordem tirânica e imperial", diz a carta (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 12h40.

Nova York - O governo da Venezuela publicou nesta terça-feira uma "carta ao povo dos Estados Unidos" no jornal New York Times, rejeitando ser "uma ameaça" para o país, e exigindo a revogação das sanções recentemente impostas pelo presidente Barack Obama.

A carta, que ocupa uma página inteira do jornal americano e é assinada pelo ministério das Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, faz parte da escalada diplomática entre os dois países.

"Carta ao povo dos Estados Unidos. A Venezuela não é uma ameaça", diz o texto, que destaca que o país sul-americano acredita na "paz, soberania nacional e direito internacional" e é uma "sociedade aberta".

"Nunca antes na história da nossa nação, um presidente dos Estados Unidos tentou governar a Venezuela por decreto. É uma ordem tirânica e imperial", diz a carta, referindo-se a ordem de Obama do dia 9 de março, que impôs novas sanções contra sete funcionários venezuelanos acusados de violações dos direitos humanos.

Em seu decreto, Obama chamou a situação no país sul-americano de "ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e política externa dos Estados Unidos."

De acordo com a carta aberta, essa "ação desproporcional" tem "implicações potencialmente de longo alcance" de interferência tanto a nível "constitucional quanto legal".

Por isso, o governo do presidente Nicolas Maduro exige que seu colega americano "cesse imediatamente as suas ações hostis e revogue" o decreto em questão.

Maduro recebeu no último sábado o apoio da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que também pediu aos Estados Unidos de revogar as sanções.

Além disso, o Parlamento venezuelano aprovou no domingo superpoderes "anti-imperialistas" a Maduro para governar por decreto, até o final de 2015 em matéria de segurança e defesa.

A tensão com os Estados Unidos até agora não afetou as vendas venezuelanas de quase um milhão de barris de petróleo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEmpresasEstados Unidos (EUA)GovernoJornaisPaíses ricosPolíticaThe New York TimesVenezuela

Mais de Mundo

Smartphones podem explodir em série como os pagers no Líbano?

ONU diz que risco de desintegração do Estado de Direito na Venezuela é muito alto

Quem é Ibrahim Aqil, comandante do Hezbollah morto em ataque de Israel a Beirute

Portugal diz ter controlado todos os incêndios que se espalharam pelo país esta semana