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Venezuela pagou US$ 30 bi por obras incompletas, diz procuradora

A titular do Ministério Público abriu nas últimas semanas várias investigações contra dirigentes do governo do presidente Nicolás Maduro

Odebrecht: "A quantia de US$ 30 bilhões é a que o estado venezuelano desembolsou, pagou à Odebrecht por 11 obras de infra-estrutura que estão incompletas" (Odebrecht/Divulgação)

Odebrecht: "A quantia de US$ 30 bilhões é a que o estado venezuelano desembolsou, pagou à Odebrecht por 11 obras de infra-estrutura que estão incompletas" (Odebrecht/Divulgação)

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EFE

Publicado em 31 de julho de 2017 às 18h51.

Caracas - A Venezuela pagou à Odebrecht US$ 30 bilhões por obras que ainda não estão finalizadas, disse nesta segunda-feira a procuradora-geral do país, Luisa Ortega Díaz, que se comprometeu a investigar o caso de corrupção de forma prioritária.

"A quantia de US$ 30 bilhões é a que o estado venezuelano desembolsou, pagou à Odebrecht por 11 obras de infra-estrutura que estão incompletas, entre elas a terceira ponte sobre o rio Orinoco e o Metrô de Caracas", disse Ortega em entrevista coletiva.

A titular do Ministério Público abriu nas últimas semanas várias investigações contra dirigentes do governo do presidente Nicolás Maduro, a partir de abril, ao denunciar uma suposta ruptura do fio "constitucional" no país por parte do Tribunal Supremo.

"Como estão essas obras na atualidade? À simples vista é possível constatar como estão essas obras, paralisadas. Quem se faz responsável? A quem devemos exigir? Quem dá a cara ao país sobre esse desfalque?", questionou a procuradora sobre as obras relacionadas à Odebrecht.

Ortega lamentou as dificuldades do Ministério Público em ter acesso às provas sobre o caso de corrupção envolvendo a construtora fora do país, já que, conforme alegou, os funcionários do Ministério Público temem que o governo anule seus passaportes, como fez com vários opositores quando estes saíram da Venezuela.

"Isso é o que estão fazendo, impedindo que o Ministério Público possa solicitar evidências, que examine, sobre um fato de corrupção que não somente teve impacto na Venezuela, como em toda a região, e corroboramos que há muitos funcionários em atividade que aparecem envolvidos nessas irregularidades", afirmou.

A procuradora-geral ressaltou ainda a necessidade de que os funcionários e os magistrados do Tribunal Supremo de Justiça não tenham antecedentes criminais nem "ostentem mansões em outros países", e recriminou os magistrados do Supremo que considera ilegítimos por tentarem "atar as mãos" do Ministério Público com suas sentenças.

Ortega fez estas declarações um dia após as eleições da Assembleia Nacional Constituinte convocadas pelo governo, apesar da rejeição da oposição e da própria procuradora.

Em um discurso no ato de comemoração das eleições, o presidente do país, Nicolás Maduro reafirmou que, uma vez instalada, a Assembleia Constituinte intervirá no Ministério Público e tomará o controle da instituição.

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