Mundo

Venezuela oficializa estado de exceção por 60 dias

"Se declara o Estado de Exceção e Emergência Econômica dadas as circunstâncias de ordem social, econômica, política, natural e ecológica"


	Nicolás Maduro: Maduro anunciou na sexta passada a decisão de decretar um estado de exceção que o desse "poder suficiente"
 (Marco Bello / Reuters)

Nicolás Maduro: Maduro anunciou na sexta passada a decisão de decretar um estado de exceção que o desse "poder suficiente" (Marco Bello / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2016 às 20h01.

Caracas - O governo da Venezuela oficializou nesta segunda-feira a declaração do "Estado de Exceção e Emergência Econômica" por 60 dias em todo o território nacional, medida adotada pelo presidente Nicolás Maduro para enfrentar supostas ameaças à sua administração.

"Se declara o Estado de Exceção e Emergência Econômica dadas as circunstâncias de ordem social, econômica, política, natural e ecológica que afetam gravemente a economia nacional, a ordem constitucional, a paz social e a segurança da nação", afirma o artigo 1 do Diário Oficial divulgado hoje.

Maduro anunciou na sexta-feira passada a decisão de decretar um estado de exceção que o desse "poder suficiente" para, entre outros assuntos, fazer frente a um suposto golpe de Estado planejado do exterior contra si e que contaria com a participação do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.

Esta norma dá atribuições "extraordinárias" às autoridades para garantir "inclusive mediante a intervenção da Força Armada Nacional Bolivariana e dos órgãos de segurança cidadã, com a participação dos Comitê Locais de Abastecimento e Distribuição (CLAP) a correta distribuição" de produtos de primeira necessidade.

Também permite ordenar o desembolso de verbas extraorçamentárias e aprovar contratos para a obtenção de recursos financeiros ou "aproveitamento de recursos estratégicos para o desenvolvimento econômico do país" sem se submeter "a autorizações ou aprovações de outros Poderes Públicos".

Continua válida a suspensão temporária de sanções contra as autoridades máximas do poder público e outros altos cargos, medida que já tinha sido ditada por Maduro como parte de um decreto anterior.

A norma também permite "ditar medidas e executar planos especiais de segurança pública que garantam o sustento da ordem pública perante ações desestabilizadoras que pretendam irromper na vida interna do país ou nas relações internacionais deste".

Com a medida em vigor, a Chancelaria venezuelana é instruída a auditar convênios assinados por pessoas físicas ou jurídicas nacionais com entidades ou organismos estrangeiros para a execução de projetos no país "e ordenar a suspensão dos convênios quando se presumir sua utilização com fins políticos ou de desestabilização".

O decreto se baseia, entre outros aspectos, na "consideração" que o parlamento, de maioria opositora, supostamente expõe do "desconhecimento de todos os Poderes Públicos" e promove "a interrupção do período presidencial estabelecido na Constituição por qualquer mecanismo a seu alcance fora da ordem constitucional".

Este decreto deverá ser submetido à avaliação do parlamento para ser aprovado, e encaminhado ao Tribunal Supremo de Justiça para dar o sinal verde a sua constitucionalidade.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrises em empresasNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique