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Venezuela não quer que Paraguai deixe Mercosul para sempre

Isabel se referiu à decisão adotada pelo Brasil, Argentina e Uruguai de suspender o Paraguai do Mercosul após a destituição, em junho, do presidente Fernando Lugo

O novo presidente paraguaio Federico Franco: Isabel se referiu à decisão de suspender o Paraguai do Mercosul após a destituição, em junho, do presidente Fernando Lugo (Norberto Duarte/AFP)

O novo presidente paraguaio Federico Franco: Isabel se referiu à decisão de suspender o Paraguai do Mercosul após a destituição, em junho, do presidente Fernando Lugo (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 18h04.

Caracas - A secretária-executiva da Comissão Presidencial para a Adesão da Venezuela ao Mercosul, Isabel Delgado, disse que o governo do presidente Hugo Chávez não acredita e nem quer que o Paraguai abandone o bloco.

"Não achamos que o Paraguai vai embora. Não achamos e não queremos", afirmou a funcionária em entrevista publicada nesta segunda-feira no jornal governista "Ciudad Caracas".

Isabel se referiu à decisão adotada pelo Brasil, Argentina e Uruguai de suspender o Paraguai do Mercosul após a destituição, em junho, do presidente Fernando Lugo, considerada pelo organismo como um golpe de Estado. Pouco tempo depois, a Venezuela foi incorporada ao bloco.

A funcionária destacou que durante a cúpula realizada na cidade argentina de Mendoza também foi acertado "liberar 200 itens da Tarifa Externa Comum e dar autonomia a cada país para decidir qual encargo aplicar".

"O Paraguai também não estava de acordo com esta medida. Além disso, iniciou-se um vínculo com a China para buscar um acordo comercial. Mas o Paraguai tem uma relação com Taiwan e isso impedia que o Mercosul estabelecesse negócios com a China", acrescentou Isabel.


Após a cúpula de Mendoza, uma outra aconteceu em Brasília, em 31 de julho, onde o ingresso oficial da Venezuela foi confirmado. Ficou acertado que o novo membro terá quatro anos para se adequar às normas do Mercosul, especialmente em matéria de tarifas.

Isabel lembrou que a Venezuela já tinha um acordo comercial com o Mercosul "que estabelece um alívio progressivo" de impostos e por causa disso "30% do universo tarifário está liberado a zero".

"A adoção da Tarifa Externa Comum é uma obrigação que a Venezuela tem quatro anos para se adequar. Não será um processo brusco", esclareceu Isabel.

Ao responder a quem não vê maiores diferenças entre o Mercosul e a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), a secretária-executiva disse que "não é a mesma coisa liberação de tarifas e livre-comércio".

"Os tratados de livre-comércio, tal como os entende o Consenso de Washington, impedem o estabelecimento de políticas autônomas, soberanas, independentes", explicou, frisando que o Mercosul "definitivamente é outra coisa".

A funcionária, no entanto, disse que o Mercosul não é "revolucionário" como a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), mas destacou que o bloco "está em processo de mudança". 

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