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Venezuela: Militares bloqueiam a entrada de ajuda humanitária dos EUA

Bloqueio teria sido ordem de Nicolás Maduro. A ajuda foi solicitada por Juan Guaidó, que se declarou presidente interino do país

Ponte de Tienditas na Venezuela é bloqueada por militares, diz opositor (Luisa Gonzalez/Reuters)

Ponte de Tienditas na Venezuela é bloqueada por militares, diz opositor (Luisa Gonzalez/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 16h02.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 16h20.

São Paulo - A tensão entre o governo de Nicolás Maduro e os Estados Unidos ganhou um novo e dramático capítulo nesta quarta-feira, 06 de fevereiro. Na Venezuela, militares estão bloqueando a entrada de ajuda humanitária que está vindo dos EUA e que foi negociadas por Juan Guaidó, o autoproclamado presidente interino do país.

As informações são da rede de notícias BBC e do jornal venezuelano El Nacional.

De acordo com a publicação venezuelana, os militares usaram caminhões para impedir o trânsito na ponte que liga a cidade de Ureña (Táchira), na Venezuela, com Cúcuta, na Colômbia. A denúncia foi feita por um deputado de oposição ao regime de Maduro, Franklyn Duarte. Segundo ele, o comboio identificado como das Forças Armadas da Venezuela chegou ao local durante a madrugada.

Duarte afirmou que o bloqueio é uma ordem de Maduro e do ministro de Defesa, Vladimir Padrino López. Ele publicou no Twitter uma imagem na qual é possível observar um veículo militar sobre uma ponte.

"Posso assegurar que estes militares que estão ali, e muitos outros que estão em diferentes lugares, necessitam de ajuda humanitária para si e suas famílias. Vamos ver se vão proibir a entrada de remédios e alimentos", diz a mensagem que acompanha a foto.

Ajuda humanitária na Venezuela

Duarte disse não duvidar de que a ajuda humanitária ingressará na Venezuela e informou que os remédios e insumos não serão entregues na ponte para cidadãos comuns. Pediu que todos ficassem atentos aos anúncios de Guaidó.

A ajuda foi enviada por empresas de capital venezuelano no exterior, assim como da Colômbia e dos Estados Unidos. O apoio foi solicitado por Guaidó, apesar da recusa do Governo de Nicolás Maduro, que alega que isso pode ser um primeiro passo para uma invasão estrangeira.

Enquanto isso, a população da Venezuela segue vivendo sob intensa pressão em razão da escassez de itens essenciais, como alimentos e remédios. A pobreza atualmente atinge 87% dos venezuelanos, a mortalidade infantil está em 30% e 80% dos lares estão à beira da fome.

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