Receberam prisão domiciliar os políticos venezuelanos: Nabil Maalouf, Valentín Gutiérrez Pineda, Rafael Ramírez, Pedro Guanipa, David Barroso. (Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 24 de agosto de 2025 às 12h18.
Última atualização em 24 de agosto de 2025 às 12h25.
Um grupo de 13 presos políticos na Venezuela foi libertado, entre eles o ex-deputado, Américo de Grazia, e o dirigente opositor Pedro Guanipa, após terem sido detidos no contexto da crise das eleições presidenciais de julho de 2024, informaram neste domingo os opositores Henrique Capriles e Tomás Guanipa.
Em suas redes sociais, Capriles, que foi eleito deputado à Assembleia Nacional (AN, Parlamento), indicou que estão em liberdade: Víctor Jurado, Simón Vargas, Arelis Ojeda Escalante, Mayra Castro, Diana Berrío, Margarita Assenzo, Gorka Carnevalli, Américo de Grazia.
Além disso, detalhou que receberam prisão domiciliar: Nabil Maalouf, Valentín Gutiérrez Pineda, Rafael Ramírez, Pedro Guanipa, David Barroso.
"Hoje, mais um passo a favor daqueles que estão atrás das grades. Hoje, várias famílias voltam a abraçar os seus. Sabemos que ainda restam muitos e deles não nos esquecemos, seguimos lutando por todos", escreveu Capriles.
Nesse contexto, afirmou que continuarão "lutando por um país onde ninguém esteja atrás das grades por sua forma de pensar".
"Sempre dissemos e mantemos: falaremos com quem tivermos que falar para que na nossa Venezuela não haja um só preso político!", acrescentou o dirigente.
Por sua vez, Guanipa, que também foi eleito deputado nacional nas eleições regionais e legislativas, destacou em suas redes que hoje celebram "a liberdade de irmãos de vida" e considerou que "este ano tem sido de dor para todos".
"Hoje conseguimos um pequeno avanço na difícil tarefa de alcançar a liberdade de todos os presos políticos. Não pode haver liberdade em um país enquanto existir a terrível figura dos presos de consciência", acrescentou o opositor, que assinalou que "ser familiar de presos políticos é outra forma de estar encarcerado".
Em maio de 2024, a ONG venezuelana Comitê pela Liberdade dos Presos Políticos (Clipp) alertou sobre o "grave desgaste" da saúde do ex-deputado De Grazia, detido desde agosto de 2024, e recordou que a família do político havia denunciado em várias oportunidades "o progressivo enfraquecimento de sua saúde".
Segundo o Clipp, ao ex-deputado, antes de sua detenção, foi diagnosticada uma infecção pulmonar causada por um fungo e "outras infecções".
Por sua vez, Pedro Guanipa, irmão dos também opositores Tomás e Juan Pablo Guanipa, este último preso em maio passado, foi detido em setembro de 2024, quando se preparava para viajar à Colômbia, segundo denunciaram seus familiares.
Entre os libertados, se encontra o ex-prefeito da cidade de Maracaibo (noroeste) Rafael Ramírez Colina – detido em outubro de 2024 – e vários ex-funcionários de sua administração, assim como o agora ex-mandatário da localidade vizinha de Cabimas, Nabil Maalouf, preso em dezembro do ano passado.
Segundo a ONG Foro Penal, na Venezuela há 815 presos políticos, entre eles quatro adolescentes e 89 com nacionalidades estrangeiras.
O executivo do presidente Nicolás Maduro assegura que o país está "livre de presos políticos" e que os apontados como tal estão encarcerados pela "prática de terríveis atos puníveis".