Mundo

Venezuela investiga 'megafraude' de US$ 4,85 bi na estatal PDVSA

Denúncia responsabiliza o ex-ministro Rafael Ramírez, próximo do falecido presidente Hugo Chávez e que rompeu com o seu sucessor, Nicolás Maduro

Petróleo na Venezuela: estatal é acusada de 'megafraude' de quase US$ 5 bi (Getty Images/Getty Images)

Petróleo na Venezuela: estatal é acusada de 'megafraude' de quase US$ 5 bi (Getty Images/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 31 de agosto de 2022 às 07h16.

O governo venezuelano denunciou nesta terça-feira, 30, uma "megafraude" de 4,85 bilhões de dólares na petrolífera estatal PDVSA, pela qual responsabiliza o ex-ministro Rafael Ramírez, próximo do falecido presidente Hugo Chávez e que rompeu com o seu sucessor, Nicolás Maduro.

De acordo com a denúncia apresentada ao Ministério Público pelo ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, a PDVSA efetuou diversas transferências no total de 4,85 bilhões de dólares por um crédito adquirido em fevereiro de 2012 com a empresa privada Atlantic 17.107 A.C. Mas a estatal "nunca" teria recebido o dinheiro do empréstimo.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Em vez disso, a Atlantic cedeu essa linha de crédito aos "fundos" estrangeiros Violet e Vuelca, com sede no Panamá e São Vicente e Granadinas, respectivamente. E esses novos "credores" da PDVSA receberam os pagamentos de um crédito que não se concretizou, sempre segundo o governo.

O ministro disse que entregou como prova ao procurador-geral, Tarek William Saab, "cópias autenticadas" dos recibos de pagamento, em um total de 28 transferências, para Violet e Vuelca. O funcionário definiu a manobra como uma "megafraude".

El Aissami afirmou que a trama foi "orquestrada" por Rafael Ramírez, alvo de investigações de corrupção desde 2017, em uma ofensiva judicial que já provocou uma centena de prisões de ex-diretores da estatal.

Horas depois, o procurador-geral relatou a prisão do ex-vice-presidente de Finanças da companhia, Víctor Aular, também acusado de apropriação indevida. Anunciou ainda o início de uma investigação sobre essa "trama de corrupção".

Segundo Saab, o ex-diretor da PDVSA “assinou o contrato de empréstimo com a administradora Atlantic, responsável por um desfalque de cerca de 5 bilhões de dólares”.

O Ministério Público informou em fevereiro de 2021 que emitiu um alerta vermelho da Interpol para que Ramírez fosse capturado na Itália, onde se encontrava, mas o país negou a possibilidade de extradição em setembro, segundo seu advogado.

Ramírez, que dirigiu por mais de uma década a indústria petrolífera venezuelana, publicou no Twitter, antes da declaração de El Aissami, que o governo de Maduro estava preparando uma armação contra ele.

Ex-presidente da PDVSA (2004-2014) e ex-ministro do Petróleo (2002-2014), Ramírez foi um dos homens de confiança de Chávez (1999-2014), mas no final de 2017 rompeu com seu sucessor, Maduro, renunciando então ao cargo de embaixador da Venezuela na ONU.

LEIA TAMBÉM:

Mikhail Gorbachev, ex-líder da União Soviética, morre aos 91 anos

Ucrânia se prepara para volta às aulas em abrigos subterrâneos

Ucrânia inicia ofensiva para retomar territórios ocupados pela Rússia

Acompanhe tudo sobre:FraudesVenezuela

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia