Automobilismo: segundo ministério, quase todas as fraudes envolvem o automobilismo, e elas passaram despercebidas inicialmente por causa dos custos elevados desse esporte (Robert Cianflone/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2013 às 12h02.
Caracas - Promotores da Venezuela anunciaram uma investigação a integrantes de equipes locais de automobilismo por possíveis irregularidades cambiais, e a ministra dos Esportes disse que teve a assinatura falsificada por fraudadores para a aquisição de dezenas de milhões de dólares.
Os controles cambiais da última década dificultam a aquisição de dólares à cotação oficial de 6,30 bolívares. Quem tem acesso a isso muitas vezes consegue revender a moeda norte-americana por até sete vezes esse valor no mercado negro.
Viajantes podem trocar até 3.000 dólares por ano, solicitando a cotação de 6,30 bolívares na estatal Cadivi (Comissão de Administração de Divisas). Integrantes de seleções esportivas que representem a Venezuela no exterior podem solicitar quantias mais elevadas.
Agora, alguns desses beneficiários estão sendo acusados de fazerem dezenas de solicitações fraudulentas para a aquisição de dólares, a fim de despejarem uma parte disso no mercado negro.
Em nota, a procuradoria-geral disse que investigadores da Cadivi e do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência) estão coletando "itens de interesse criminal", inclusive documentos e selos oficiais do Ministério dos Esportes.
Em entrevista publicada na quinta-feira pelo jornal Ultimas Noticias, a ministra da pasta, Alejandra Benítez, disse ter descoberto em um banco estatal que sua assinatura foi falsificada em mais de 60 solicitações fraudulentas para a compra de dólares.
Segundo ela, quase todas as fraudes envolvem o automobilismo, e elas passaram despercebidas inicialmente por causa dos custos elevados desse esporte.
"Houve um só piloto que, em um ano e meio, teve aprovados 66 milhões de dólares", disse Benítez ao jornal. "Apenas dois desses pilotos estavam solicitando em um ano o que nos custa para levar uma equipe completa com mais de 600 atletas (a uma competição)." Ela disse que não queria citar os nomes dos envolvidos por respeitá-los como colegas do esporte. Benítez, uma ex-esgrimista olímpica de 33 anos, no cargo desde o começo de 2013, disse que funcionários do seu ministério que tiverem envolvimento comprovado com as fraudes serão punidos.