Mundo

Gerentes de lojas são acusados por aumento ilegal de preços

Na loja Daka de Valencia, segunda maior cidade venezuelana vários homens quebraram vitrines na manhã de sábado e levaram eletrodomésticos que estavam expostos

Consumidor carrega sacola do lado de fora de loja na Venezuela: o país vive uma crise econômica marcada por uma inflação que chega a 54,3% ao ano (Reuters)

Consumidor carrega sacola do lado de fora de loja na Venezuela: o país vive uma crise econômica marcada por uma inflação que chega a 54,3% ao ano (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2013 às 16h34.

São Paulo - Pelo menos cinco gerentes de lojas de eletrodomésticos da Venezuela foram detidos e serão acusados neste domingo de crime contra a economia popular por aumentar preços ilegalmente, e outros cinco homens foram presos tentando saquear uma loja, informou o governo.

"O Ministério Público vai apresentar neste domingo cinco gerentes de várias lojas de eletrodomésticos de Caracas e do estado de Falcón (norte), por suposta usura na remarcação de preços", informou em nota o ministério da Comunicação.

O texto detalha que serão acusados os gerentes da loja JVG de Caracas, enquanto em Falcón foram acusados dois diretores da rede Daka e dois da empresa Krash".

Dois gerentes das lojas Daka de Caracas haviam sido presos na última sexta-feira pelas autoridades, que também os acusaram de aumento de preços.

Estas prisões ocorrem no momento em que ocorre uma grande vistoria de preços em lojas de eletrodomésticos, iniciada na última sexta-feira a pedido do presidente Nicolás Maduro, que ordenou a "ocupação" das lojas Daka e a redução de preços por parte do governo.

Estas inspeções e reduções de preços a mando governamental continuaram no sábado, o que fez com que desde a noite de sexta-feira uma multidão de Venezuelanos se aglomerassem em frente às lojas de eletrodomésticos, esperando horas para tentar comprar algum aparelho.

Na loja Daka de Valencia, segunda maior cidade venezuelana - cerca de 170 km a oeste de Caracas - vários homens quebraram vitrines na manhã de sábado e levaram eletrodomésticos que estavam expostos, principalmente televisores de plasma, como se observou em um vídeo divulgado neste domingo pelo site Ultimas Noticias.

O Ministério Público venezuelano informou que por estes ocorridos, que o governo classifica como um "acontecimento único', cinco homens já foram presos.


Neste domingo o governo pediu que a população tenha calma diante da redução de preços. "Mantenhamos a calma porque é uma medida que vai permitir que todos os venezuelanos comprem com até 50% de desconto produtos que estavam inflacionados, mas isso não significa que as lojas só vão funcionar sábado e domingo", disse à imprensa Herbert García, diretor do órgão estatal de defesa da economia.

A denúncia do governo de que algumas lojas aumentam seus preços tem como plano de fundo o rígido controle cambial em vigência desde 2003, que vende o dólar a 6,30 bolívares, enquanto no mercado paralelo esse valor é superado em mais de oito vezes.

Segundo Maduro, as vistorias mostraram que os preços são aumentados em até 1000 % e que estas altas seguem a tendência do mercado paralelo do dólar, que sobe semanalmente.

O presidente mandou retirar do ar os sites de internet que publicam a cotação do dólar paralelo na Venezuela - país com as maiores reservas petroleiras do mundo - com o objetivo de combater especulações em um país onde existe um forte controle cambial.

O país vive uma crise econômica marcada por uma inflação que chega a 54,3% ao ano.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCaracasNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Mundo

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana