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Venezuela deve se adaptar para presidir Mercosul, diz Temer

A presidência do Mercosul está atualmente em mãos do Uruguai, cujo período termina hoje e que se inclinou por transferir essa responsabilidade à Venezuela


	Venezuela: a presidência do Mercosul está atualmente em mãos do Uruguai, cujo período termina hoje e que se inclinou por transferir essa responsabilidade à Venezuela
 (Miraflores Palace / Reuters)

Venezuela: a presidência do Mercosul está atualmente em mãos do Uruguai, cujo período termina hoje e que se inclinou por transferir essa responsabilidade à Venezuela (Miraflores Palace / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 14h26.

Brasília - O presidente interino do Brasil, Michel Temer, declarou nesta sexta-feira que a Venezuela deve completar primeiro o processo de adaptação ao Mercosul, para depois ser considerado um membro pleno do bloco e então poder assumir a presidência rotativa.

"O Brasil não está exatamente se opondo que a presidência seja transferida à Venezuela", mas "está ponderando que, para ser parte integral" do bloco, " é preciso cumprir com os requisitos pactuados há quatro anos, que ainda não cumpriu", declarou Temer em entrevista coletiva com correspondentes de agências de notícias, entre elas a Agência Efe.

A presidência do Mercosul está atualmente em mãos do Uruguai, cujo período termina hoje e que se inclinou por transferir essa responsabilidade à Venezuela, como determina a rotação por ordem alfabética no bloco.

No entanto, isso foi questionado pelo Brasil e Paraguai, ao mesmo tempo que a Argentina ainda não tem uma posição claramente definida.

Segundo indicou Temer, no caso do Brasil "há uma intenção de que a Venezuela cumpra com todos os requisitos necessários para participar plenamente do Mercosul", entre os quais estão assuntos tarifários e de outras naturezas, aos quais esse país ainda deve se adaptar.

O presidente interino do Brasil lembrou que, quando em 2012 foi aprovado o ingresso da Venezuela ao bloco, houve uma "condição", que foi um prazo de quatro anos para sua adaptação plena à legislação do Mercosul, que ainda não foi assumida pelo governo de Nicolás Maduro.

Temer reiterou que o Brasil observa com "preocupação a situação dos venezuelanos", mas esclareceu que seu governo "não faz julgamentos sobre assuntos internos de outros países", pois tem "pleno respeito pelo princípio de não ingerência".

"Não cometeremos o mesmo erro" do governo venezuelano, disse em alusão ao o que o próprio Maduro qualificou de "golpe", no caso o processo de impeachment de Dilma Rousseff, que levou Temer ao poder de forma interina, pelo menos até que se defina o destino da governante.

Em relação ao Mercosul, Temer reiterou que o bloco "contou desde o primeiro momento com o entusiasmo do Brasil", que ainda o considera um instrumento "fundamental" para a integração regional.

No entanto, insistiu que a legislação do bloco deve passar por algumas "adequações", que outorguem mais liberdade comercial a seus membros. 

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