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Venezuela denuncia suspensão do Mercosul na OEA

Os 4 países fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - realizaram na quarta uma reunião, à qual a Venezuela não estava convidada

Venezuela: o embaixador argentino na OEA opinou na réplica que a organização não é o fórum propício para analisar as decisões tomadas no Mercosul (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS)

Venezuela: o embaixador argentino na OEA opinou na réplica que a organização não é o fórum propício para analisar as decisões tomadas no Mercosul (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS)

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EFE

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 22h37.

Washington - A Venezuela denunciou nesta quinta-feira na Organização dos Estados Americanos (OEA) a suspensão do país do Mercosul como uma "grave infração internacional" e um ato "fraudulento e arbitrário".

A representante venezuelana perante a OEA, Carmen Luisa Velásquez, aproveitou os minutos finais do Conselho Permanente da organização para expressar o mal-estar do governo por conta da suspensão e da proibição da entrada da chanceler do país em uma reunião em Buenos Aires para a qual não havia sido convidada.

"Não tem sustentação legal válida. Trata-se de um grupo de chanceleres que tramar uma fraude contra a institucionalidade do Mercosul", disse Velásquez, que mencionou o tema no espaço dedicado a "outros assuntos" da reunião semanal.

Os quatro países fundadores do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - realizaram na quarta-feira em Buenos Aires a XI Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC) do bloco, à qual Rodríguez, que não estava convidada, quis entrar, mas foi impedida.

Velásquez transferiu aos embaixadores a denúncia de Rodríguez, que na quarta-feira, ao chegar à Chancelaria argentina, foi agredida por um policial e por um funcionário no interior do edifício.

O embaixador argentino na OEA, Juan José Arcuri, opinou na réplica que a organização não é o fórum propício para analisar as decisões tomadas no Mercosul, mas destacou que Rodríguez foi recebida em Buenos Aires por sua colega, Susana Malcorra.

"E isso apesar de sua presença não ter representado uma visita oficial e nem um convite. A Argentina não só responde a suas obrigações formais e institucionais, mas também às regras mínimas de educação, e tenta se manter dentro desses parâmetros. Algo que não se aprende na universidade, mas em casa, educação", comentou.

A embaixadora do Paraguai, Elisa Ruiz, também tomou a palavra em resposta às afirmações da colega venezuelana.

"É falado que os membros do Mercosul se manifestam de forma grosseira e ordinária, mas as expressões do presidente (venezuelano) Nicolás Maduro estão caracterizadas por esses dois adjetivos qualificativos", opinou.

O embaixador brasileiro, José Luis Machado, apoiou a declaração da Argentina, ao considerar "muito inadequado" que decisões tomadas em outro fórum sejam levadas ao Conselho da OEA.

No mesmo sentido se pronunciou o embaixador uruguaio, Hugo Cayrus, porque "um tema do Mercosul deveria ser abordado no Mercosul".

As delegações de Bolívia e Equador, aliadas da Venezuela, ficaram ao do lado do país e expressaram solidariedade com a chanceler Delcy Rodríguez.

Em paralelo à sessão na OEA, foi realizada em Montevidéu, no Uruguai, uma reunião de coordenadores do Mercosul para tentar resolver a suspensão da Venezuela.

A Venezuela é Estado membro do bloco desde 2012, mas foi cessada no início deste mês por não ter cumprido o Protocolo de Adesão, uma decisão que o governo de Nicolás Maduro rejeitou ao considerá-la "ilegal", de modo que insiste em continuar a exercer a presidência semestral do bloco.

A reunião desta quinta-feira ocorreu sob a presidência temporária da Argentina, que a Venezuela não reconhece.

O Mercosul foi fundado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela entrou no bloco em 2012 e a Bolívia se encontra em processo de adesão.

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