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Venezuela denuncia "operação midiática" por prisão de jornalistas

Na última semana, 11 profissionais de imprensa internacional foram presos; o chanceler afirma que a imprensa não cumpriu as leis venezuelanas

Venezuela: o ministro já havia pedido aos meios comunicação estrangeiros que realizem os "trâmites indispensáveis" antes de enviar correspondentes (Manaure Quintero/Reuters)

Venezuela: o ministro já havia pedido aos meios comunicação estrangeiros que realizem os "trâmites indispensáveis" antes de enviar correspondentes (Manaure Quintero/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 13h14.

Caracas - O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou nesta quinta-feira uma suposta "operação midiática" contra seu país após a detenção de 11 profissionais de imprensa, quatro deles da Agência Efe, que cobriam a crise venezuelana.

"É inédito e irresponsável que meios de comunicação enviem jornalistas sem cumprir com os requisitos mínimos prévios exigidos pela lei da Venezuela, para depois provocarem um escândalo midiático ao qual se juntaram os seus governos. Esta é mais uma faceta da operação midiática contra o país", disse Arreaza em mensagem publicada no Twitter.

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores venezuelano pediu aos meios de comunicação estrangeiros que "realizem os trâmites indispensáveis" antes de enviar correspondentes para a Venezuela.

Na manhã de quarta-feira, o fotojornalista de nacionalidade colombiana da Agência Efe Leonardo Muñoz desapareceu junto com o motorista venezuelano José Salas em Caracas, onde desenvolvia seu trabalho profissional cobrindo a crise no país sul-americano.

Horas depois, outros dois jornalistas da Agência Efe, o espanhol Gonzalo Domínguez Lloeda e a colombiana Maurén Barriga, foram detidos e levados para as dependências do serviço de inteligência (Sebin) em Caracas.

Os três chegaram a Caracas em 24 de janeiro e passaram por todos os controles migratórios oportunos para realizarem seu trabalho na Venezuela.

A equipe foi registrada pelas autoridades no aeroporto internacional Simón Bolívar de Maiquetía, que serve Caracas, e lá declararam o trabalho jornalístico que realizariam na Venezuela.

O sindicato local de trabalhadores da imprensa (SNTP, na sigla em espanhol) também denunciou as detenções de outras oito pessoas, entre eles quatro jornalistas estrangeiros.

Na terça-feira, quatro jornalistas, dois venezuelanos e dois chilenos, foram detidos quando cobriam a atividade de vigília convocada pelo governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) nas imediações do Palácio de Miraflores.

Os dois venezuelanos, Maiker Yriarte do canal "TV Venezuela" e Ana Rodríguez do "VPI", já foram libertados, enquanto os chilenos Rodrigo Pérez e Gonzalo Barahona foram deportados.

Outros dois jornalistas franceses também foram detidos na terça-feira, conforme denunciaram os responsáveis pelo programa transmitido pela emissora para a qual trabalham.

Segundo o veículo "Franceinfo", os detidos são Pierre Caillet e Baptiste des Monstiers, que supostamente foram presos quando gravavam nas proximidades do Palácio Presidencial de Miraflores.

Essas detenções provocaram a condenação de associações e representantes de vários países, que exigem a libertação imediata dos jornalistas e o respeito à liberdade de expressão e ao direito ao trabalho jornalístico na Venezuela.

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