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Venezuela denuncia "assédio" de países OEA e abandona sessão

Brasil, Argentina, Canadá, Honduras, EUA, México, Costa Rica e Peru apresentam hoje uma declaração para "apoiar o diálogo nacional na Venezuela"

Venezuela: "Queremos denunciar, expressar nossa preocupação, pelo assédio de vários países à Venezuela", disse a representante da Venezuela (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: "Queremos denunciar, expressar nossa preocupação, pelo assédio de vários países à Venezuela", disse a representante da Venezuela (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 21h18.

Washington - A delegação da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou nesta quarta-feira o "assédio" ao governo de Nicolás Maduro por parte de alguns países do organismo e abandonou uma sessão sobre o diálogo político no país.

Brasil, Argentina, Canadá, Honduras, Estados Unidos, México, Costa Rica e Peru apresentam hoje em um Conselho Permanente extraordinário da OEA uma declaração para "apoiar o diálogo nacional na Venezuela".

A primeira a discursar foi a representante alterna da Venezuela, Carmen Luisa Velasquez de Visbal, que denunciou a convocação da reunião e disse que seu governo "não pode permitir que se opine sobre os assuntos internos do país".

"Queremos denunciar, expressar nossa preocupação, pelo assédio de vários países à Venezuela, países que se reúnem com frequência e que solicitaram este conselho extraordinário", afirmou.

Em paralelo, a delegação emitiu um comunicado no qual denuncia que a reunião "se realiza sem o conhecimento nem o consentimento da Venezuela", razão pela qual a emoldura em uma "conduta intervencionista" do grupo de Estados que a convocaram.

A representante venezuelana declarou ainda, antes de anunciar sua retirada da sessão, que "alguns disseram que deviam aproveitar para fazer a sessão hoje porque não está o secretário-geral" da OEA, Luis Almagro, que se encontra em viagem de trabalho na Europa.

A Venezuela teve, como é habitual, o apoio de suas nações aliadas, Nicarágua e Bolívia.

A delegação da Nicarágua denunciou a conduta "intervencionista" dos Estados que convocaram a reunião, enquanto a missão da Bolívia qualificou a sessão de "apócrifa, ilegal e ilegítima" antes de retirar-se da sala.

O embaixador mexicano perante a OEA, Luis Alfonso de Alba, defendeu que o "único objetivo" dos promotores da declaração é "apoiar o diálogo" em andamento entre o governo e a oposição da Venezuela.

No mesmo sentido se pronunciou o embaixador da Argentina na OEA, Juan José Arcuri, que defendeu o espírito "construtivo" do texto e o descreveu como "uma mão estendida" à Venezuela e a seu povo.

"É lastimável que a OEA não esteja presente (na mediação do diálogo). É nossa obrigação botar a OEA de pé", afirmou o diplomata argentino.

Além disso, Arcuri defendeu que a OEA "não foi obstáculo sob nenhum ponto de vista" para o diálogo na Venezuela, depois que a representante venezuelana disse que o diálogo avança "apesar" da OEA.

O representante interino dos Estados Unidos, Kevin Sullivan, apoiou a proposta de Arcuri de aprovar a declaração por aclamação e disse que os países que a propõem consideram que tem "o dever" de apoiar o diálogo e que este é "um dever que não se pode adiar nem deixar de lado".

A declaração apresentada hoje encoraja "o governo e a Mesa de Unidade Democrática (MUD) a alcançar resultados concretos em um prazo razoável para pôr fim à difícil situação que atravessa a Venezuela".

Além disso, ressalta "a necessidade que as autoridades constitucionais e todos os atores políticos e sociais atuem com prudência e evitem qualquer ato de violência ou ameaças ao processo em andamento".

O governo venezuelano e a MUD iniciaram no último dia 30 de outubro um processo de diálogo com o apoio da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Vaticano para tentar aliviar a crise política, social e econômica que atravessa o país.

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