Mundo

Venezuela declara constitucional o estado de exceção

O estado de exceção se justifica pela necessidade de proteger o povo venezuelano e as instituições, que foram objeto de ameaças internas e externas


	Venezuela: o estado de exceção se justifica pela necessidade de proteger o povo venezuelano e as instituições, que foram objeto de ameaças internas e externas
 (Marco Bello / Reuters)

Venezuela: o estado de exceção se justifica pela necessidade de proteger o povo venezuelano e as instituições, que foram objeto de ameaças internas e externas (Marco Bello / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 08h28.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano declarou nesta quinta-feira como "constitucional" o estado de exceção decretado pelo presidente Nicolás Maduro, que tinha sido rejeitado pelo Parlamento e que dá ao governo amplos poderes para enfrentar a crise econômica e conter a ofensiva para tirá-lo do poder.

"Em parecer conjunto de todos os seus magistrados, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça, afirmou a constitucionalidade do Decreto N° 2.323, mediante o qual se declara o Estado de Exceção e de Emergência Econômica, dadas as circunstâncias extraordinárias de ordem social, econômico, político, natural e ecológicas que afetam gravemente a economia nacional", indicou um comunicado do TSJ.

Na sentença, divulgada na noite desta quinta-feira, a corte considera que o estado de exceção se justifica pela necessidade de "proteger o povo venezuelano e as instituições, que foram objeto de ameaças internas e externas, e de ações que tendem a desestabilizar a economia e a ordem social do país".

Dominado pela oposição, o Parlamento venezuelano rechaçou na terça-feira o decreto de estado de exceção de Maduro, alegando que constitui "uma concentração de poderes".

Os deputados consideraram que o decreto "aprofunda a grave alteração da ordem constitucional e democrática que a Venezuela padece" e, ainda, "representa um franco abandono da Constituição por parte do Presidente da República".

No entanto, o Tribunal Supremo, ao qual os opositores acusam de estar a serviço do governo chavista, decidiu em sua sentença desta quinta-feira que a Assembleia Nacional agiu de forma "inconstitucional e nula" em seu repúdio ao decreto, proferido em 13 de maio e com vigência de 60 dias.

O líder da oposição, Henrique Capriles, pediu aos venezuelanos para desacatar o estado de exceção e desafiou os militares para que decidam "se estão" com a Constituição ou com Maduro.

Entre as justificativas do decreto, o governo indicou que a oposição pretende o "desconhecimento de todos os poderes públicos" e promove a "interrupção do mandato" de Maduro, em alusão ao referendo revogatório do mandato presidencial.

Na quarta-feira, a oposição, desafiando a ordem presidencial, foi às ruas de quase todos os estados do país para protestar, exigindo que o referendo revogatório avance, com confrontos entre a polícia e os manifestantes em cinco dos atos, que deixaram pelo menos 30 detidos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrises em empresasNicolás MaduroPolítica no BrasilPolíticosProtestosVenezuela

Mais de Mundo

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez

Milei recebe presidente do Parlamento de Israel e reafirma amizade “forte e histórica”

Maduro pede que aliados não aceitem eletrônicos de presente após explosão de pagers no Líbano

Número de mortos em ataque de Israel ao Líbano sobe para 31