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Venezuela chama declarações de Trump como "antologia absurda"

Trump afirmou ontem que fará "o necessário" com outros países do continente para resolver a situação humanitária na Venezuela

Maduro: o ministro venezuelano destacou que a fala de Trump "ultrapassou todos os limites" (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: o ministro venezuelano destacou que a fala de Trump "ultrapassou todos os limites" (Miraflores Palace/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de maio de 2017 às 18h47.

Caracas - O governo do presidente Nicolás Maduro classificou nesta sexta-feira de "antologia absurda" as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ontem afirmou que fará "o necessário" com outros países do continente para resolver a situação humanitária na Venezuela.

"São uma antologia absurda as declarações do presidente dos Estados Unidos, sendo que em seu país são violados de forma horrível, sistemática e em massa os direitos humanos", afirmou o ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Ernesto Villegas.

Villegas ainda questionou o fato de Trump ter feito as declarações ao lado "do presidente do país que é o principal produtor de drogas do mundo", em referência ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que esteve ontem na Casa Branca.

Ao ler um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, Villegas destacou que as agressões de Trump contra o povo, o governo e as instituições venezuelas "ultrapassaram todos os limites".

Durante uma entrevista coletiva conjunta após uma reunião com Santos na Casa Branca, Trump afirmou que "do ponto de vista humanitário", a situação vivida pela Venezuela não ocorre há bastante tempo.

Villegas alertou que em apenas quatro meses de governo, Trump se reuniu com três presidentes da região e ligou para outros quatro para expandir a ingerência desses governos na Venezuela através da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de seu "abjeto secretário-geral", o uruguaio Luis Almagro.

"As posições extremas de um governo que acaba de começar apenas confirmam a natureza discriminatória, racista, xenófoba e genocida que caracteriza as elites do governo dos EUA contra humanidade e contra seu próprio povo, algo agora maximizado pelo novo Executivo que reivindica a supremacia branca anglo-saxã", afirmou.

Além disso, Villegas considerou ser "surpreendente" que Trump diga estar preocupado com a Venezuela "ao lado do presidente do país que possui as maiores valas comuns do continente, tem 9.500 presos políticos e 60.630 pessoas desaparecidas nos últimos 45 anos".

O ministro venezuelano também questionou os países aliados de Trump na recuperação do país.

"Ele vai recorrer a governos como o do Brasil, afundado na mais bárbara crise moral e institucional do planeta? Da Argentina, cujo presidente aparece na lista de líderes mundiais por corrupção? Do Peru, cuja crise social e de direitos humanos é vergonhosa? Ou do México, um Estado falido?", questionou.

Villegas exigiu que os EUA interrompam de imediato o financiamento ilegal a grupos extremistas da oposição na Venezuela e lamentou que Trump tenha adotado a fracassada política já implementada por George W. Bush e Barack Obama.

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