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Venezuela: Centro Carter adia divulgação de informe sobre eleição e retira funcionários do país

Organização afirma que decisão sobre saída está ligada a 'questões de segurança'; relatório deve ser divulgado nos Estados Unidos

Com mural de Simon Bolívar ao fundo, policiais enfrentam manifestantes em rua de Caracas  (Yuri CORTEZ/AFP)

Com mural de Simon Bolívar ao fundo, policiais enfrentam manifestantes em rua de Caracas (Yuri CORTEZ/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 30 de julho de 2024 às 15h28.

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O Centro Carter, uma das poucas organizações independentes autorizadas a acompanhar a eleição presidencial na Venezuela, anunciou que vai retirar seus funcionários do país, e suspendeu a divulgação de um informe preliminar sobre a votação.

Desde o anúncio dos resultados pelas autoridades eleitorais, no domingo, que apontavam vitória de Nicolás Maduro, o país enfrenta violentos protestos e intensa pressão — interna e externa — para a divulgação completa dos números das urnas.

De acordo com o site Tal Cual, citando fontes próximas aos representantes do Centro Carter, não houve pressão para que os monitores deixassem a Venezuela, mas a decisão foi tomada pela própria organização, citando “preocupações de segurança”. O site afirma ainda que o relatório preliminar deve ser publicado em breve, provavelmente nos Estados Unidos, mas adianta que os representantes do Centro Carter não tiveram acesso a informações além das que foram disponibilizadas publicamente desde domingo.

A missão do Centro Carter na Venezuela era composta por especialistas eleitorais que começaram a chegar à Venezuela em junho, e por seis observadores que acompanharam a votação em Valência, Maracaibo e em Barinas desde meados de julho. A organização, fundada em 1982 pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, não deu um novo prazo para a divulgação do relatório preliminar.

A demora ou até recusa do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para divulgar as atas das seções eleitorais da eleição de domingo é alvo de críticas da oposição, de organizações como o Centro Carter e de questionamentos de outros países, inclusive aliados. Até agora, Maduro foi reconhecido como o presidente reeleito por poucos governos, incluindo Bolívia, Cuba, Rússia, China e Irã.

Um dia antes do Centro Carter decidir adiar a divulgação do relatório e retirar seu pessoal da Venezuela, a instituição cobrou o CNE sobre a divulgação das atas, afirmando que “a avaliação da missão é baseada na estrutura legal venezuelana, bem como nos padrões regionais e internacionais para eleições democráticas”.

“As informações contidas nos formulários de resultados em nível de seção eleitoral, conforme transmitidos ao CNE, são essenciais para nossa avaliação e importantes para todos os venezuelanos”, afirmou o Centro Carter, em comunicado, reiterando que acompanhou a eleição de domingo a convite do próprio CNE.

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