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Venezuela afirma que se defenderá de ataques do "imperador" Trump

O ministro de Relações Exteriores Jorge Arreaza denunciou as sanções econômicas "ilegais" que a Casa Branca impôs à Venezuela

Trump: o chanceler venezuelano chamou o presidente dos EUA de "imperador" (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: o chanceler venezuelano chamou o presidente dos EUA de "imperador" (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 15h39.

Nações Unidas - O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou nesta segunda-feira perante a ONU as ações "unilaterais e ilegais" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem se referiu como um "imperador mundial" que ameaça e julga o mundo "como se tivesse poderes ditatoriais".

"Como um imperador mundial, o presidente dos Estados Unidos usou esta tribuna na semana passada para anunciar guerras, a destruição total de Estados-membros e a aplicação de medidas coercitivas unilaterais e ilegais, ameaçando e julgando à vontade, como se tivesse poderes ditatoriais", afirmou o chanceler venezuelano em seu discurso.

Arreaza denunciou concretamente as sanções económicas "ilegais" que a Casa Branca impôs à Venezuela em agosto e disse que ainda que buscarão um "diálogo com respeito mútuo" com os EUA, advertindo que estão dispostos a defender sua soberania, independência e democracia "em qualquer palco e sob qualquer modalidade".

Após seu discurso, se referiu também em uma coletiva de imprensa às últimas restrições aprovadas pelo governo Trump contra a Venezuela e outros oito países para "melhorar as capacidades e processos de vigilância para detectar a tentativa de entrada aos Estados Unidos de terroristas ou outras ameaças à segurança pública".

"Temos que parar esta loucura e irracionalidade. Nós estamos abertos a continuar tendo um diálogo, mas, se somos atacados, nos defenderemos da mesma forma que nos atacam", alertou o chanceler venezuelano.

Por tudo isso, Arreaza pediu que as Nações Unidas gerem mecanismos efetivos para "neutralizar" as "pretensões bélicas" e as tentativas de suplantar o multilateralismo pelo "unilateralismo ditatorial" de quem pretende impor um "pensamento único" com o uso das armas e da chantagem econômica.

"Devemos buscar com urgência respostas multilaterais para evitar a imposição de medidas coercitivas, inclusive para que os governos que as tenham imposto ilegalmente tenham a obrigação legal de compensar os povos que sofreram seus efeitos", acrescentou o chanceler.

Arreaza denunciou também os que acusam seu país de não respeitar os direitos humanos e disse que se há uma nação que não deveria fazer parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU "são precisamente os EUA", porquê são os "principais violadores" de direitos humanos, não só em seu território, senão no mundo todo".

Finalmente, o chefe da diplomacia venezuelana aproveitou parte de seu discurso para denunciar os atos de violência da direita "extremista" em seu país, mas comemorou que a oposição tenha decidido "recanalizar-se" pelo caminho da democracia e da Constituição e participar nas eleições do próximo dia 15 de outubro.

"A nossa Assembleia Nacional Constituinte se transformou, não só em pacificadora e protetora do povo, senão em um instrumento por excelência para o dialogo nacional e a legítima atenção dos problemas mais urgentes do país", completou Arreaza, que concluiu lembrando que a democracia venezuelana é "ativa e popular".

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