Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro: no início de maio, Maduro acusou Uribe de ser um "assassino" e coordenar um plano para matá-lo, e denunciou que paramilitares estavam tentando entrar em seu país com para isso (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2013 às 17h43.
Caracas - O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira a detenção de dois colombianos por uma suposta tentativa de matar o presidente Nicolás Maduro, na qual, assim como em uma denúncia feita em julho, envolveu o ex-governante colombiano Álvaro Uribe.
O ministro do Interior, general Miguel Ángel Rodríguez, informou em entrevista coletiva que em 15 de agosto foram detidos perto de Caracas dois colombianos, Víctor Gueche e Erik Hortas, de 18 e 22 anos, respectivamente, com fuzis "com mira laser".
Além disso, foram encontradas munição e uma foto de Maduro com o presidente da Assembleia Nacional (AN, unicameral), Diosdado Cabello.
"Álvaro Uribe Vélez sem dúvida alguma tem conhecimento de todas essas coisas que estão acontecendo. Todo o mundo sabe que é um homem com controle sobre grupos narcotraficantes e não estranhamos em absoluto que ele seja, diretamente ou através de operadores", um dos envolvidos, disse o ministro.
Segundo Rodríguez, os detidos fazem parte de um grupo de dez pessoas, cujo chefe é o colombiano Óscar Alcántara, detido na Colômbia em março, e que tem como "segundo líder" Alejandro Caicedo, conhecido como "David".
Caicedo, de acordo com o ministro, facilitou a chegada dos dois detidos e de outras sete pessoas que não foram capturadas à Venezuela, onde um venezuelano os levou até Caracas.
O titular da pasta insistiu que a identidade dos dez membros da quadrilha de "ladrões com grande experiência" lhe foi proporcionada pelas autoridades da Direção de Inteligência da Colômbia, em uma viagem que, segundo disse, fez pessoalmente a Bogotá nos últimos dias.
O plano, chamado "carpeta amarilla" (pasta amarela), continua sendo investigado "para garantir a vida das autoridades da Venezuela", acrescentou.
Rodríguez se comprometeu a "desmontar toda essa conspiração internacional que pretende desestabilizar e acabar com o processo revolucionário, tirando a vida do presidente da República ou, em sua ausência, do presidente da Assembleia Nacional".
Diosdado disse em 31 de julho que o plano havia sido organizado por Uribe, o ex-presidente de facto de Honduras Roberto Micheletti e pelo ex-agente da CIA Luis Posada Carriles, de Miami, e que para isso "têm mais de US$ 2 milhões e meio acumulados".
Rodríguez insistiu hoje nesses nomes assegurando que os supostos envolvidos em planejar o assassinato realizaram várias reuniões não apenas na Colômbia e Miami, mas também no Panamá.
"O cérebro inicial de toda a organização é Posada Carriles, (...) são pessoas ligadas diretamente a Posada Carriles", acrescentou, em alusão ao ex-agente, ao que a Venezuela e Cuba acusam pela explosão de um avião em 1976 com 73 pessoas a bordo.
Neste ano, o governo venezuelano denunciou vários supostos complôs e tentativas de assassinato, nas quais estariam envolvidos matadores salvadorenhos e colombianos.
Em junho, Rodríguez informou sobre a detenção de nove pessoas nos estados ocidentais de Portuguesa e Táchira ligadas a dois grupos paramilitares colombianos com supostos planos de atentado contra Maduro, dos quais não se voltou saber nada oficialmente.
No início de maio, Maduro acusou Uribe de ser um "assassino" e coordenar um plano para matá-lo, e denunciou que paramilitares estavam tentando entrar em seu país com para isso.