Mundo

Venezuela acusa EUA de facilitar narcotráfico no Caribe e ignorar o Pacífico

Governo venezuelano chama operações dos EUA de "ameaça" e afirma que segurança da Venezuela é maior que a dos EUA

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 07h20.

O chefe negociador do governo da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse nesta terça-feira que o destacamento militar dos Estados Unidos no mar do Caribe "deixa a via livre" para os narcotraficantes, que, segundo ele, transportam a droga principalmente pelo oceano Pacífico.

O também secretário do Conselho Nacional pela Soberania e a Paz expressou que "se de verdade" o governo americano quisesse combater o narcotráfico, levaria em conta que "85% da droga que chega aos Estados Unidos da América passa pelo Pacífico".

Críticas do governo venezuelano à operação militar dos EUA

"Os narcotraficantes do Equador devem estar felizes, começando por seu presidente (Daniel Noboa), e os narcotraficantes do Peru, da República Dominicana, da Colômbia e do México, posto que a ação no mar do Caribe, a ameaça sobre o mar do Caribe e sobre todos os países do Caribe, especialmente sobre a Venezuela, lhes deixa a via livre", afirmou.

Rodríguez, também presidente do Parlamento, reiterou que a "intenção real" do governo do presidente americano, Donald Trump, não é lutar contra o tráfico de drogas, mas sim "assassinar a Venezuela" e, como "fim último", se apoderar das riquezas naturais do país.

Apelo pela defesa da Venezuela e segurança interna

Durante um encontro do Conselho Nacional pela Soberania e a Paz com veículos de imprensa, o deputado fez um apelo pela defesa do país petroleiro, sua paz e "a segurança da qual agora desfrutam" seus cidadãos, ao afirmar que a Venezuela "é, hoje por hoje, mais segura que os Estados Unidos da América (...) que o Equador, que o Peru, que o Paraguai, que a República Dominicana, que o Panamá".

Reação dos EUA e ações militares contra narcotráfico

A Casa Branca defende o destacamento como uma operação contra o narcotráfico procedente do país sul-americano, enquanto Caracas insiste que se trata de uma "ameaça" para propiciar uma "mudança de regime" que permita aos EUA "se apoderar" do petróleo, do gás, do ouro e de outros recursos.

Nesta mesma terça-feira, Trump informou que as forças de seu país realizaram outro ataque contra um barco no Caribe, perto do litoral venezuelano, e anunciou a morte de seis pessoas que acusou de serem "narcoterroristas".

Esta operação se soma a pelo menos cinco mais executadas pelos EUA desde setembro contra supostas 'narcolanchas' no Caribe, três delas perto da Venezuela e outra em águas próximas à República Dominicana.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Relação entre EUA e Brasil tem muitas diferenças a resolver, diz cônsul em SP

França prende mais quatro suspeitos pelo roubo de joias no Louvre

Rússia apoia plano de paz dos EUA, mas Ucrânia reduz proposta

Xi pressiona Trump sobre Taiwan e pede avanço em trégua comercial