Mundo

Venezuela acusa Brasil de envolvimento em ataque a unidade militar

Segundo o ministro Jorge Rodríguez, as tropas venezuelanas reagiram ao assalto e capturaram seis dos supostos criminosos, recuperando o material roubado

Fronteira: ataque a unidade militar próxima ao Brasil terminou com a morte de um soldado venezuelano (Nacho Doce/Reuters)

Fronteira: ataque a unidade militar próxima ao Brasil terminou com a morte de um soldado venezuelano (Nacho Doce/Reuters)

E

EFE

Publicado em 23 de dezembro de 2019 às 06h24.

Caracas - Uma unidade militar venezuelana na fronteira com o Brasil foi alvo de um ataque neste domingo (23), em que armas foram roubadas, e o ministro de Comunicação do país vizinho, Jorge Rodríguez, denunciou o envolvimento do governo de Jair Bolsonaro no assalto.

"Atenção povo da Venezuela: na madrugada de hoje, um grupo de terroristas armados atacou uma unidade militar fronteiriça no sul da República. Estes criminosos foram treinados em campos paramilitares plenamente identificados na Colômbia e receberam a colaboração do governo de Jair Bolsonaro", escreveu Rodríguez no Twitter.

Segundo o ministro, o Sistema de Defesa Territorial reagiu ao assalto e capturou seis dos supostos criminosos e recuperou o material roubado, em que ele disse constar armas e mantimentos. Rodríguez informou ainda que um oficial do exército venezuelano foi morto.

"É com pesar que precisamos informar que no ataque os terroristas mataram um jovem membro do nosso exército bolivariano. Até debaixo das pedras vamos procurar os homicidas fugitivos restantes para que a lei seja praticada em um crime tão covarde", tuitou.

"Destacamos a ação eficaz da nossa Gloriosa FANB (Força Armada Nacional Bolivariana), e das nossas forças de segurança, que têm impedido todas as ações criminosas da direita fascista, que tenta manchar, sem sucesso, o Natal feliz que todas e todos merecemos. Nós vamos vencer", acrescentou.

Também pelo Twitter, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, informou sobre o ataque, que, segundo ele, foi executado por opositores do governo de Nicolás Maduro. Ele, ao contrário de Rodríguez, não mencionou o presidente do Brasil.

"Na madrugada de hoje, uma unidade militar ao sul do país foi assaltada por seguimentos extremistas da oposição, sendo subtraído um lote de armas de tal unidade", declarou Padrino pela rede social, para depois dizer que o armamento foi recuperado em seguida.

"A FANB rechaça essas ações desestabilizadoras que procuram manter o povo da Venezuela em estado de ansiedade e permanece alerta a qualquer ameaça que atente nosso amado país. Vamos continuar a preservar a paz da nação", completou.

De acordo com a imprensa local, o ataque e os confrontos ocorreram no município de Gran Sabana, no estado de Bolívar, no sul da Venezuela, e um grupo de indígenas se juntou aos rebeldes.

Até agora, as autoridades não forneceram detalhes do que aconteceu na região, onde o governo venezuelano explora ouro e diamantes e que frequentemente é palco de conflitos armados, principalmente entre grupos criminosos que disputam o controle de territórios por mineração ilegal.

Acompanhe tudo sobre:BrasilGoverno BolsonaroVenezuela

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia