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“Vejo a decadência da cidade, não tem ninguém aqui”, diz empresário em NYC

Donos de imóveis fazem telefonemas para convencer restaurantes e grandes empregadores como Goldman Sachs e BlackRocks a voltarem à operação física

Times Square, uma das principais ruas empresariais de Nova York, em junho: cidade começou a reabrir, mas movimento em escritórios e restaurantes ainda é abaixo do normal (bloomberg/Bloomberg)

Times Square, uma das principais ruas empresariais de Nova York, em junho: cidade começou a reabrir, mas movimento em escritórios e restaurantes ainda é abaixo do normal (bloomberg/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 21 de agosto de 2020 às 12h55.

Última atualização em 21 de agosto de 2020 às 13h18.

Os arranha-céus estão quase todos vazios, os turistas não aparecem e as pessoas voltaram a falar sobre a decadência de Nova York. Para os barões do mercado imobiliário da cidade, é hora de colocar um ponto final nisso.

Os principais proprietários e administradores de imóveis de Nova York se juntaram e estão ocupados com telefonemas, pressionando muitos dos maiores empregadores da cidade — incluindo líderes da Goldman Sachs, Blackstone e BlackRock — a acelerar o retorno dos funcionários.

O argumento deles: é seguro voltar e os restaurantes e lojas que tornam Manhattan especial não vão aguentar a situação atual por muito tempo. Para alguns, chega a ser uma decisão patriótica.

“Tenho realmente pressionado os CEOs a trazer as pessoas de volta para o escritório”, disse Jeff Blau, comandante da Related, incorporadora que tocou o projeto Hudson Yards. “Tenho explorado um pouco de culpa e usado um pouco de persuasão.”

A resposta, por enquanto, não é animadora. Por trás do desespero está uma possível espiral descendente: quanto mais os trabalhadores ficarem em casa, mais negócios locais vão desaparecer e haverá menos motivos para voltar.

Executivos e empresas que fizeram fortuna construindo e alugando torres na cidade enfrentam a perspectiva de queda significativa na demanda e nos preços de escritórios e residências. No entanto, as ramificações se estendem a todos os nova-iorquinos, segundo Blau.

“Estou vendo a decadência da cidade porque não tem ninguém aqui”, disse ele. “Agora não é hora de abandonar a cidade e esperar que esteja como você queria quando voltar daqui a um ano.”

Blau e seus pares se revezam no contato com presidentes de grandes companhias e com os encarregados de supervisionar andares e andares de escritórios. A coalizão inclui Scott Rechler, da RXR Realty; William Rudin, da Rudin Management; e Marc Holliday, da SL Green Realty, a maior proprietária de escritórios de Nova York.

Além das instituições financeiras, os donos de imóveis também estão abordando firmas de advocacia e até gigantes de tecnologia, como a Microsoft. Em muitos casos, eles prometem realizar as mudanças necessárias para garantir que os edifícios sejam seguros. Outros estão pedindo que as autoridades municipais combatam o aumento da criminalidade e do número de moradores de rua.

No entanto, para grandes empregadores, a volta ao escritório pode apresentar riscos desnecessários. Eles descobriram meses atrás como prosperar com a maioria dos funcionários trabalhando de casa enquanto a vacina não vem. Muitos colaboradores não querem pegar ônibus, metrô e elevador ou têm poucas opções em termos de onde deixar filhos pequenos.

Alguns nova-iorquinos sugerem que uma queda nos preços dos imóveis não seria tão ruim.

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