Mundo

Veja as propostas dos candidatos para a política externa

O fortalecimento do Mercosul e da Unasul estão entre as principais promessas dos candidatos à Presidência


	Membros do Conselho de Segurança da ONU: a busca de um assento permanente é prioridade para alguns
 (Shannon Stapleton)

Membros do Conselho de Segurança da ONU: a busca de um assento permanente é prioridade para alguns (Shannon Stapleton)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 07h50.

Brasília - O fortalecimento do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) estão entre as principais promessas dos candidatos à Presidência da República em relação à política externa.

A preocupação em ampliar acordos com outros blocos também aparece na maior parte dos programas de governo apresentados à Justiça Eleitoral.

E mesmo com a divergência de alguns sobre pontos como a busca por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas no rol de prioridades e diretrizes da estratégia internacional, a maior parte dos presidenciáveis defende que o Brasil assuma, no cenário internacional, um papel de destaque na defesa da paz mundial, do desenvolvimento sustentável e de respeito aos direitos humanos em qualquer nação.

Veja as propostas dos candidatos à Presidência para a política externa:

Aécio Neves (PSDB) afirma que vai conduzir a política externa com base nos princípios da moderação e da independência e prevalência dos interesses brasileiros e dos objetivos de longo prazo de desenvolvimento nacional.

Segundo seu programa, será preciso reavaliar as prioridades estratégicas e dar atenção especial à Ásia, em função de seu peso crescente, e aos Estados Unidos e a outros países desenvolvidos pelo acesso à inovação e tecnologia.

Aécio defende a ampliação da relação com os países em desenvolvimento e uma nova estratégia nas negociações bilaterais que priorizem a integração do Brasil às cadeias produtivas globais.

Em seu projeto de governo, Aécio ainda defende a retomada da integração regional, com liberalização comercial e a recuperação de objetivos originais do Mercosul como flexibilizar as regras do bloco para avançar nas negociações com outros países.

Nas organizações internacionais, a promessa é de maior participação brasileira em temas como mudança climática, energia, direitos humanos, comércio exterior, terrorismo, guerra cibernética, e nas questões de paz e segurança, inclusive nas discussões sobre a ampliação do Conselho de Segurança.

Dilma Rousseff (PT) diz que vai priorizar a integração regional envolvendo a América do Sul, América Latina e o Caribe com fomento do comércio e da integração produtiva e ênfase na integração financeira e de suas infraestruturas física e energéticas.

A candidata à reeleição promete ainda reforçar ações para o fortalecimento dos blocos regionais Mercosul, Unasul e a Comunidade dos Países da América Latina e Caribe (Celac), sem discriminação de ordem ideológica.

A estratégia, de acordo com o programa apresentado à Justiça Eleitoral, também inclui maior aproximação com a África e com os países asiáticos, além de afinar as relações com os países desenvolvidos como os Estados Unidos, o Japão e nações da União Europeia.

Dilma destaca a defesa pelas reformas dos principais organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, “cuja governança hoje não reflete a atual correlação de forças global”.

“A política externa tem sido e continuará sendo mais do que um instrumento de projeção do Brasil no mundo. Trata-se de um elemento fundamental de nosso projeto de nação”, afirma.

Eduardo Jorge (PV) afirma apoio à ONU como organização global capaz de gerenciar conflitos e manter a paz e defende o uso da força, por decisão do organismo, em casos como o de violações estruturais e maciças dos direitos humanos e genocídio.

O ambientalista afirma que, assim como todas as nações, o Brasil tem que promover ações integradas, no cenário internacional, para o desenvolvimento sustentável e a superação da miséria.

Entre as propostas de política externa estão a criação de metas de redução não voluntárias de emissão de gases de efeito estufa proporcionais às responsabilidades históricas e atuais, a definição de metas para reduzir gastos com orçamentos militares, o banimento de armas atômicas e a convergência nas obrigações trabalhistas e previdenciárias.

O ambientalista defende a democratização das instâncias decisórias da ONU, como o Conselho de Segurança, a aproximação e o acordo de livre comércio do Brasil com a comunidade europeia e o compromisso com o desenvolvimento sustentável do Continente Africano.

Eymael (PSDC) se compromete com uma política externa fundamentada no princípio da solidariedade entre as nações e com o objetivo de buscar uma ordem social mundial com os princípios da justiça e da liberdade. Segundo o candidato, a política internacional deve ser instrumento de desenvolvimento nacional, “incluindo o Brasil nas rotas mundiais do sucesso socioeconômico”.

Levy Fidelix (PRTB) e Luciana Genro (PSOL) não incluem propostas específicas para política externa em seus programas de governo.

Marina Silva (PSB) defende uma política externa a serviço do desenvolvimento, que projete no cenário internacional os produtos e serviços brasileiros e favoreça a inclusão de empresas nacionais nas cadeias globais de produção.

Para a ex-senadora, a participação do país nas instâncias de decisão internacionais deve se basear na defesa da paz, da democracia, dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável. Marina defende que o Brasil assuma posição proativa nas negociações sobre mudança climática e busque a inclusão da questão na agenda do G20.

Entre as promessas, a candidata afirma que vai acelerar as negociações para o acordo Mercosul-União Europeia, propor uma política de aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacífico e promover o fortalecimento da Unasul como organização de cooperação de políticas regionais.

Para ela, o Brasil também precisa adotar uma agenda positiva para as relações com os Estados Unidos e atualizar os mecanismos de cooperação com a África.

A candidata ainda promete fortalecer a diplomacia pública brasileira e ampliar os meios para oferecer maior assistência aos brasileiros no exterior.

Mauro Iasi (PCB) defende o fim do que define como “a estratégia do estado burguês brasileiro de expansão do seu capitalismo no exterior”. Segundo ele, o país também deve abandonar a “obsessão” de se tornar uma grande potência no campo imperialista, “representada no fetiche de, a qualquer preço, conquistar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU”.

A proposta do candidato é que o Brasil lidere uma luta contra o imperialismo e por sociedades justas e solidárias, “num movimento que se contraponha à ONU, dentro e fora dela”.

Nas prioridades de sua política externa estão a desativação das bases militares na Colômbia, a defesa do governo bolivariano na Venezuela, o respaldo a uma solução política para o conflito colombiano, o fim do bloqueio a Cuba e a libertação de presos políticos, a retomada das Ilhas Malvinas pela Argentina e um movimento continental pelo não pagamento das dívidas externas.

Iasi espera estimular uma “luta continental contra a mafiosa Sociedade Interamericana de Imprensa, em defesa da imprensa popular e independente, pela democratização e o controle social da mídia.”

Pastor Everaldo (PSC) promete eliminar a intervenção do governo brasileiro em outros Estados, reduzir gastos com o corpo diplomático e o auxílio financeiros a organizações internacionais.

Ele defende a eliminação do uso de tropas nacionais em guerras e o fim das ocupações de territórios que não dizem respeito ao Brasil.

O candidato também se opõe ao perdão da dívida de outros países com o Brasil e promete revitalizar o tratado do Mercosul, retirando entraves da livre negociação com países que não integram o bloco. 

Everaldo defende os acordos de livre comércio para promover os produtos nacionais, condena a violação de direitos humanos contra qualquer povo e é contrário à restrição da saída de brasileiros para o exterior, exceto nos casos em que há investigação criminal em curso.

Rui Pimenta (PCO) e Zé Maria (PSTU) não apresentaram propostas específicas para a política externa.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesCelebridadesDilma RousseffDiplomaciaEleiçõesEleições 2014Marina SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo