Fukushima: a Administração Geral de Alfândegas da China divulgou uma proibição imediata, datada de 24 de agosto, à importação de produtos aquáticos oriundos do Japão (STR/Getty Images)
Agência
Publicado em 28 de agosto de 2023 às 17h53.
Em um desenvolvimento que levanta preocupações em todo o cenário global, as águas contaminadas por radioatividade liberadas recentemente pela usina nuclear de Fukushima, no Japão, poderiam chegar à costa leste da China em aproximadamente 240 dias, de acordo com uma simulação.
Um estudo detalhado conduzido pela Universidade Tsinghua, da China, oferece uma visão preocupante: as águas carregadas de elementos radioativos teriam potencial para alcançar as praias chinesas em 240 dias e, em um período de 1.200 dias, contaminar todo o Norte do Pacífico. Posteriormente, os poluentes poderiam se espalhar em direção ao Sul do Pacífico, costa americana, Oceano Índico e até mesmo atingir a área marítima no norte da Austrália.
Em resposta a essas crescentes preocupações, a Administração Geral de Alfândegas da China divulgou uma proibição imediata, datada de 24 de agosto, à importação de produtos aquáticos oriundos do Japão. Essa ação drástica visa mitigar os possíveis riscos de contaminação radioativa para os consumidores chineses.
Enquanto a contaminação em potencial suscita inquietação sobre os efeitos no ecossistema marinho e na cadeia alimentar, especialistas em radiação buscam acalmar a população, destacando que a concentração de elementos radioativos diminui à medida que se dispersam pelo oceano, atingindo níveis comparáveis aos de uma ressonância magnética.
Especialistas consultados pelo Yicai afirmam que a concentração máxima de radionuclídeos ocorrerá a cerca de um quilômetro do ponto de descarga das águas contaminadas. Isso leva a crer que a probabilidade de um impacto generalizado no ecossistema marinho ou na contaminação maciça de frutos do mar possa estar sendo superestimada.
Autoridades chinesas tranquilizam a população, assegurando que a monitorização rigorosa dos níveis de radiação nos produtos aquáticos é plenamente viável. Isso permitirá que o país avalie com precisão a segurança alimentar após a liberação das águas contaminadas. Com essas medidas, os residentes da China podem desfrutar de frutos do mar tanto locais quanto importados, sem temores desnecessários.
Enquanto especialistas debatem sobre os impactos em longo prazo e os riscos potenciais à saúde futura, o foco central permanece na capacidade de diluição da radioatividade nas águas oceânicas, com o objetivo de evitar danos significativos à cadeia alimentar e reduzir os riscos para as gerações vindouras.