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Vaticano tacha de "criminosos" casos de abusos de padres nos EUA

Igreja Católica alega que maior parte do relatório se refere a abusos cometidos antes dos anos 2000 e que quase não foram encontrados casos depois de 2002

Igreja Católica: documento identificou 1.000 menores vítimas, alguns deles do sexo masculino, alguns adolescentes e muitos pré-adolescentes (Joe Klamar/AFP/AFP)

Igreja Católica: documento identificou 1.000 menores vítimas, alguns deles do sexo masculino, alguns adolescentes e muitos pré-adolescentes (Joe Klamar/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 19h11.

Cidade do Vaticano - A Santa Sé qualificou nesta quinta-feira de "criminosos" os abusos de padres contra menores de idade descritos em um relatório da Suprema Corte do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e considerou que "deveria haver responsabilidade" dos que os cometeram e de quem os "permitiu".

"Os abusos descritos no relatório são criminosos e moralmente reprováveis. Estes fatos traíram a confiança e roubaram a dignidade e a fé das vítimas. A Igreja deve tirar duras lições do seu passado e deveria haver responsabilidades tanto por parte dos abusadores quanto por parte dos que permitiram", declarou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Greg Burke, em comunicado.

A nota oficial destacou que "a Santa Sé condena inequivocamente o abuso sexual de menores" e enfatiza que "as vítimas devem saber que o papa está do lado delas".

"Aqueles que sofreram são a sua prioridade e a Igreja quer ouvi-los para acabar este trágico horror que destrói a vida de inocentes", afirmou o texto.

O porta-voz do Vaticano disse que diante do relatório publicado esta semana na Pensilvânia, "existem duas palavras que podem expressar os sentimentos frente a estes horríveis crimes: vergonha e dor".

Conforme o texto, a maior parte do relatório se refere a abusos cometidos antes do início dos anos 2000 e que quase não foram encontrados casos depois de 2002, o que mostra que as reformas feitas pela Igreja Católica nos Estados Unidos reduziram drasticamente a incidência dos abusos cometidos pelo clero.

"A Santa Sé quer estar em constante reforma e vigilância em todos os níveis da Igreja Católica, para garantir a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. É importante obedecer à legislação civil, incluindo a obrigação de denunciar casos de abusos a menores", lembrou o texto.

De acordo com a nota, o papa Francisco "compreende bem quanto estes crimes afetam e abalam os fiéis" e reitera o apelo a todos os esforços possíveis para criar um ambiente seguro para os menores e os adultos vulneráveis na Igreja e em toda a sociedade.

Estas declarações foram dadas depois de a Suprema Corte da Pensilvânia publicar hoje um relatório de um grande júri que documenta 300 supostos casos de "sacerdotes depredadores" sexuais em seis dioceses, após investigar denúncias de abusos de menores.

O júri explicou no documento, de 1.356 páginas, que identificou 1.000 menores vítimas, alguns deles do sexo masculino, alguns adolescentes e muitos pré-adolescentes. No relatório, o júri criticou que em todos os casos houve negligência por funcionário da Igreja, " que preferiu proteger os abusadores e à instituição, principalmente".

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