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Vaticano precisa de nova mentalidade e transparência

Indicação de um conselho de especialistas externos foi a tentativa mais recente de Francisco de lidar com o que classificou como uma administração inflexível


	Papa Francisco durante audiência: "Uma nova mentalidade de serviço ao evangelho deveria se enraizar nos vários níveis administrativos da Santa Sé"
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco durante audiência: "Uma nova mentalidade de serviço ao evangelho deveria se enraizar nos vários níveis administrativos da Santa Sé" (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2014 às 14h08.

Cidade do Vaticano - Os administradores do Vaticano precisam de "uma mudança de mentalidade" e devem garantir que as finanças da Santa Sé sejam eficientes, transparentes e priorizem os mais necessitados, disse o papa Francisco nesta sexta-feira.

O papa fez os comentários em uma mensagem aos membros de um organismo recém-formado chamado Conselho para a Economia, um grupo de 15 prelados e leigos de todo o mundo que formulará uma política econômica para a Santa Sé e a supervisionará.

"Uma nova mentalidade de serviço ao evangelho deveria se enraizar nos vários níveis administrativos da Santa Sé", disse Francisco. "O novo conselho terá um papel significativo neste processo de reforma", afirmou.

A indicação de um conselho de especialistas externos, cujos membros foram nomeados no mês passado, foi a tentativa mais recente de Francisco de lidar com o que classificou como uma administração inflexível e autocentrada do Vaticano.

O conselho conta com 15 membros de 12 países. Nenhum deles é um burocrata do Vaticano. Eles darão orientações sobre política econômica a um novo departamento chamado de Secretariado para a Economia, liderado pelo cardeal australiano George Pell, que também é um rosto novo que não exerceu nenhum cargo anterior no Vaticano.

O estabelecimento tanto do secretariado quanto do conselho em fevereiro, assim como o cargo de auditor-geral, revolucionou as finanças do Vaticano, assoladas por escândalos, ao convidar especialistas externos para um mundo visto muitas vezes como nebuloso e repleto de segredos.

Francisco, eleito em março de 2013 com uma plataforma reformista, disse aos membros do conselho que as finanças da igreja devem estar a serviço "de sua missão evangélica, com atenção especial aos necessitados".

"Não devemos nos desviar do caminho - transparência, eficiência. Tudo gira em torno desse objetivo", declarou.

Em outro sinal de que quer livrar a igreja do autocentrismo, responsabilizado por alguns dos escândalos passados, Francisco disse que os cardeais e bispos no organismo não terão privilégios.

Ele disse aos especialistas financeiros leigos que não são "membros de segunda categoria... todos estão no mesmo nível".

Dois departamentos do Vaticano, seu banco, cujo nome oficial é Instituto para Obras da Religião (IOR), e a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa, na sigla em italiano) estiveram no cerne dos escândalos dos últimos anos.

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