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Vaticano pede que se evitem genocídios no Oriente Médio

Vaticano apelou à comunidade internacional para evitar "possíveis novos genocídios" no Oriente Médio, e enfrentar fontes que apoiam as ações do Estado Islâmico

Papa Francisco: "a comunidade internacional não deve fechar os olhos", diz Vaticano (Filippo Monteforte/AFP)

Papa Francisco: "a comunidade internacional não deve fechar os olhos", diz Vaticano (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 12h52.

Cidade do Vaticano - O Vaticano fez um apelo nesta segunda-feira à comunidade internacional a agir para "prevenir possíveis novos genocídios" no Oriente Médio e enfrentar as "fontes que apoiam as atividades terroristas" do Estado Islâmico (EI).

O papa Francisco, na presença de 79 cardeais reunidos em consistório e sete patriarcas do Oriente Médio, cobrou "uma resposta adequada" para enfrentar "um fenômeno de terrorismo em uma escala inimaginável à primeira vista".

"Não podemos resignar-nos a pensar em um Oriente Médio sem cristãos", insistiu o pontífice no início do conclave.

Durante uma prolongada intervenção, o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, apelou à comunidade internacional para agir "para evitar possíveis novos genocídios".

Para tanto, há a necessidade do envolvimento "direto dos Estados na região" em soluções negociadas e "uma atenção especial às fontes" que apoiam as atividades terroristas do EI "através de um apoio político mais ou menos claro, do comércio ilegal de petróleo, armas e tecnologia".

"A comunidade internacional não deve fechar os olhos para o tráfico de armas", insistiu.

"É lícito parar o agressor injusto, mas em respeito ao direito internacional", reiterou o número dois do Vaticano, acrescentando que a resposta não poderia ser "apenas militar", mas também deve abordar as causas profundas "exploradas pela ideologia fundamentalista".

A Santa Sé espera que o papel do Irã "na resolução da crise na Síria e no Iraque" seja reconhecido, ressaltou o cardeal italiano.

Em contrapartida, Parolin se mostrou prudente quanto ao dilema dos cristãos orientais, divididos entre ficar ou emigrar, destacando em primeiro lugar a liberdade de escolha quando alguns patriarcas querem combater o êxodo atual.

"Este é um problema delicado. Se quiserem que os cristãos permaneçam na região, devem encontrar condições adequadas de vida, segurança e trabalho futuro", disse ele.

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