Mundo

Vaticano diz que encontro do papa com tabeliã "não é apoio"

Porta-voz da Santa Sé disse em comunicado que o "breve encontro" do Papa Francisco com Kim Davis "não deve ser considerado como um apoio"


	Papa Francisco: segundo grupo cristão, o pontífice argentino e a tabeliã que se recusou a realizar casamento gay teriam conversado e se abraçado
 (Reuters)

Papa Francisco: segundo grupo cristão, o pontífice argentino e a tabeliã que se recusou a realizar casamento gay teriam conversado e se abraçado (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2015 às 09h13.

Cidade do Vaticano - O Vaticano declarou nesta sexta-feira que o encontro entre o papa e a funcionária pública americana na semana passada em Washington que esteve presa por negar licenças de casamento a casais de homossexuais não é um "apoio" do pontífice a ela.

O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse em comunicado que o "breve encontro" de Francisco com Kim Davis "não deve ser considerado como um apoio a sua posição em todos seus aspectos concretos e complexos".

Ele disse que o encontro realizado na Nunciatura na capital americana "provocou uma série de discussões e comentários".

"A fim de contribuir para uma compreensão objetiva do que aconteceu posso esclarecer os seguintes aspectos", disse Lombardi antes de destacar que o papa se reuniu "sucessivamente com dezenas de pessoas convidadas à Nunciatura para um cumprimento antes da partida de Washington rumo à Nova York".

Segundo Lombardi, encontros como esse acontecem durante todas as viagens do papa e dessa vez não foi diferente.

"Foram saudações muito breves de cortesia que o papa fez com sua habitual amabilidade e disposição. A única 'audiência' concedida pelo papa na Nunciatura foi a um de seus antigos alunos e sua família. O papa não entrou nos detalhes da situação da senhora Davis", informou.

O grupo cristão Conselho pela Liberdade anunciou que Kim, que se tornou símbolo de oposição ao casamento gay, e seu marido Joe tiveram uma reunião particular com o pontífice na sede da Nunciatura Apostólica em Washington na quinta-feira passada.

Segundo o grupo, durante a reunião, o pontífice argentino e a tabeliã, que é evangélica, conversaram em inglês, se abraçaram e o papa deu de presente ao casal um rosário abençoado.

Alegando objeção de consciência por suas crenças religiosas, ela foi presa em 8 de setembro por ter decidido parar de emitir todo tipo de licença matrimonial em junho, quando a Corte Suprema tornou as uniões entre as pessoas do mesmo sexo um direito constitucional e legalizou estes casamentos em todo o país.

A decisão histórica obriga os 13 estados que ainda o proibiam, entre eles Kentucky, a permitir que pessoas do mesmo sexo se casem.

Embora alguns funcionários públicos tenham expressado oposição à decisão do Supremo, Kim foi a primeira presa por negar a casais do mesmo sexo esse direito.

Acompanhe tudo sobre:GaysIgreja CatólicaLGBTPaíses ricosPapa FranciscoPapasPreconceitosReligiãoVaticano

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada