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Vaso sanitário transforma dejetos em adubo e combustível

Criação de um grupo de cientistas de Cingapura usa sistema que economiza até 90% de água

Prédio da Universidade Tecnológica de Nanyang: pesquisadores criaram vaso sanitário ecológico que começará a ser utilizado em 2013 nos banheiros da instituição (Wikimedia Commons)

Prédio da Universidade Tecnológica de Nanyang: pesquisadores criaram vaso sanitário ecológico que começará a ser utilizado em 2013 nos banheiros da instituição (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 09h37.

Bangcoc - Um grupo de cientistas de Cingapura criou um vaso sanitário ecológico que transforma a urina e as fezes em adubo e combustível através de um sistema que ainda economiza até 90% de água.

Os pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang anunciaram que o protótipo do No-Mix Vacuum começará a ser utilizado em 2013 nos banheiros da instituição acadêmica de Cingapura, um dos países mais desenvolvidos da Ásia.

'A Universidade está produzindo seu próprio vaso sanitário para o ano que vem. Várias companhias, incluindo imobiliárias e até um parque temático já mostraram interesse no sistema de evacuação desde que foi anunciado (no final de junho)', contou à Agência Efe Lester Kok, do Departamento de Comunicação do centro.

O vaso ecológico é equipado com dois recipientes que recolhem separadamente os dejetos líquidos e sólidos, além de um sistema de sucção similar ao utilizado em aviões.

A urina é transportada a uma câmara onde se decompõe em nitrogênio, fósforo e potássio, utilizados como adubo, enquanto os excrementos chegam a um biorreator que os processa e transforma em biocombustível de metano.

O gás metano é inodoro e pode ser utilizado para substituir o gás natural no fogão e ainda pode ser empregado como gerador de eletricidade.

'O sistema No-Mix Vacuum não exige que o vaso sanitário esteja conectado aos encanamentos da rede de hidráulica e ao esgoto', explicou Kok.

O vaso sanitário usa apenas 200 ml de água para evacuar a urina e um litro para os dejetos, o que representa 90% de economia em relação ao sistema convencional, que utiliza de quatro a seis litros a cada vez.


Com uma média de cem usos por dia, o banheiro idealizado pelos pesquisadores de Cingapura utiliza 160 mil litros a menos em um ano, suficiente para encher uma piscina de 160 metros cúbicos.

O professor Wang Jing-Yuan, diretor do projeto, afirma que o sistema que leva o material, que também transforma as sobras de comida e outros resíduos orgânicos em fertilizante e energia, representa um método de reciclagem mais eficiente e barato, já que realiza esse processo de forma automática.

'Separando os dejetos humanos domésticos e processando-os in situ, economizaremos a verba dos processos tradicionais de reciclagem, já que o sistema inovador utiliza um método mais simples e barato para produzir fertilizantes e combustível', defende Wang, doutor em tecnologia ambiental pela Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos).

A universidade singapuriana negocia agora com as autoridades da cidade-Estado a instalação de protótipos nas casas de uma área residencial que se planeja construir e acredita que cidadãos de outros países possam adotar os banheiros ecológicos nos próximos três anos.

Segundo os pesquisadores, o sistema também foi pensado para hotéis e construções afastadas que não contam com rede hidráulica e saneamento e precisam de certa autonomia.

O dispositivo No-Mix Vacuum faz parte de um programa iniciado há dois anos com um financiamento de dez milhões de dólares singapurianos, (cerca de US$ 7,8 milhões), concedido pela Fundação Nacional de Pesquisa de Cingapura.

A Universidade Tecnológica de Nanyang apresentou o projeto na feira de ciência e tecnologia WasteMet Asia 2012 em 4 de julho em Cingapura e assinou um acordo de colaboração com o Centro de Engenharia da Terra da Universidade de Colúmbia (Estados Unidos). 

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