Volodymyr Zelensky: presidente da Ucrânia enfrenta diversos desafios durante a negociação com a Rússia pela paz e as relações políticas com os Estados Unidos (Tetiana DZHAFAROVA/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 11 de abril de 2025 às 14h50.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou nesta sexta-feira a presença de “várias centenas” de cidadãos chineses lutando com as tropas russas na guerra da Ucrânia. Moscou, por sua vez, negou essas alegações, e a China pediu às "partes relevantes" que "parem de fazer comentários irresponsáveis".
— A partir de agora, temos informações de que pelo menos várias centenas de cidadãos chineses estão lutando como parte das forças de ocupação russa — disse Zelensky em uma reunião de chefes militares aliados, em Bruxelas, na Bélgica. — Isso significa que a Rússia está claramente tentando prolongar a guerra, inclusive usando a vida de cidadãos chineses.
A acusação de Zelensky acontece dois dias após o líder ucraniano revelar que seu governo identificou 155 chineses posicionados na linha de frente junto às tropas russas, além de revelar a captura de dois soldados chineseses.
No discurso, transmitido por vídeo diretamente da região de Kryvyi Rig — sua cidade natal e palco de um ataque russo na semana passada que matou 19 pessoas, incluindo nove crianças —, Zelensky reforçou o pedido por mais sistemas de defesa aérea.
— Vocês sabem que a Ucrânia tem uma escassez de sistemas de defesa aérea. Peço que se concentrem, em primeiro lugar, na defesa aérea. Nós realmente precisamos dela— afirmou.
O líder ucraniano também criticou a Rússia por ter recusado um cessar-fogo completo proposto pelos Estados Unidos com o aval da Ucrânia há um mês. Além disso, ele pediu aos aliados que façam progressos na criação de um contingente de segurança que atue como um impedimento contra futuros ataques russos, após o fim do conflito.
— Precisamos definir detalhes claros sobre o tamanho, a estrutura, a implantação, a logística, a sustentação e os equipamentos e armas desse contingente de segurança na Ucrânia — concluiu Zelensky.
Embora a China tenha declarado neutralidade na guerra, tem oferecido apoio diplomático e econômico à Rússia durante o conflito — o que, segundo o governo Biden, permitiu que Moscou mantivesse sua ofensiva. A China compra grandes quantidades de petróleo russo e fornece a Moscou tecnologias que podem ser usadas no campo de batalha. Desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022, os presidentes Xi Jinping, da China, e Vladimir Putin, da Rússia, se reuniram diversas vezes e aprofundaram seus laços.