Mundo

Vargas Llosa recusa oferta para presidir Cervantes

Já é a segunda vez que o Prêmio Nobel recusa presidir o instituto com o qual colabora há 16 anos

Vagner Llosa, vencedor do Nobel de Literatura, era para o Executivo espanhol o candidato ideal para representar a língua espanhola no mundo todo (Daniele Devoti/WIKIMEDIA COMMONS)

Vagner Llosa, vencedor do Nobel de Literatura, era para o Executivo espanhol o candidato ideal para representar a língua espanhola no mundo todo (Daniele Devoti/WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 07h21.

Madri - O escritor peruano Mario Vargas Llosa recusou pela segunda vez a proposta do Governo espanhol para presidir o Instituto Cervantes, mas reiterou sua disposição em continuar colaborando com a instituição, como faz há 16 anos.

A informação foi confirmada à Agência Efe por fontes do Governo, que revelaram que o Prêmio Nobel de Literatura 2010 enviou uma carta ao presidente do Executivo explicando sua decisão. Esta é a segunda vez que Vargas Llosa, de 75 anos, recusa o mesmo convite.

Na quarta-feira foi anunciado que o atual Governo de Mariano Rajoy havia proposto ao escritor assumir o Cervantes, criado em 1991 com o objetivo de promover a língua espanhola. Atualmente existem 77 unidades em 44 países nos cinco continentes.

Vargas Llosa era para o Executivo espanhol o candidato ideal para representar a língua espanhola no mundo todo: o escritor tem a nacionalidade espanhola desde 1993 e um grande prestígio internacional.

O convite foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, e o titular da Educação e Cultura, José Ignacio Wert, que falaram da grande satisfação que seria para eles se o autor de 'A cidade e os cachorros' aceitasse o cargo.

Durante dois dias Vargas Llosa, que está em Londres em uma visita particular, não havia se pronunciado sobre a oferta até a divulgação nesta sexta-feira a partir do Governo de sua decisão.

Esta é a segunda vez que o Prêmio Nobel recusa a oferta. Em 1996 o então presidente do Governo, José María Aznar, fez a ele proposta similar.

Naquela ocasião, o escritor argumentou que poderia servir 'mais à Espanha, à cultura e ao Governo de Aznar, conservando a independência e liberdade' que tinha tido até então.


Agora, Vargas Llosa reiterou ao Executivo sua disposição em continuar colaborando com o Instituto Cervantes, do que é, há 20 anos, membro do Patronato, um órgão reitor cuja Presidência de honra é ocupada pelo rei Juan Carlos.

O escritor participou de inúmeras atividades do Instituto Cervantes como a viagem que fez há poucos meses para promover a língua espanhola no Japão e na China.

Grande renovador da narrativa em espanhol, os romances de Vargas Llosa seduziram milhões de pessoas no mundo.

Sua produção literária começou com obras emblemáticas como 'A cidade e os cachorros', 'A Casa Verde' e 'Conversa na Catedral' nos anos 60, que deram passagem a 'A guerra do fim do mundo', 'O falador', 'A festa do bode', 'O paraíso na outra esquina' e mais recentemente a 'Travessuras de uma menina má'.

Este conjunto de obras o consagrou como um dos grandes escritores latino-americanos e o fizeram merecedor de inúmeros prêmios, que culminou com o Nobel recebido em 2010.

Suas qualidades como romancista, ensaísta, articulista e autor de peças de teatro já foram reconhecidos com outros prêmios como o Príncipe de Astúrias e Cervantes (1994). 

Acompanhe tudo sobre:EscritoresEspanhaEuropaNobelPiigsPrêmio Nobel

Mais de Mundo

Trump assina decretos para impulsionar mineração de carvão nos EUA

Casa Branca diz que cerca de 70 países pediram para negociar tarifas

Canadá anuncia que tarifas sobre alguns veículos dos EUA entram em vigor na quarta

Em alerta ao Irã, EUA aumentam a presença militar no Oriente Médio