Mundo

Vanuatu critica coordenação de ONGs e teme falta de alimento

Falta de organização generalizada, inclusive na ONU, dificulta ainda mais as ações de ajuda e a contabilização de prejuízos causados pelo ciclone

Casa devastada pelo ciclone: Port Vila, a capital, na ilha de Efate, foi uma das principais áreas afetadas, assim como as ilhas meridionais de Tanna e Erromango (AFP/ Jeremy Piper)

Casa devastada pelo ciclone: Port Vila, a capital, na ilha de Efate, foi uma das principais áreas afetadas, assim como as ilhas meridionais de Tanna e Erromango (AFP/ Jeremy Piper)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 14h42.

Port Vila - O governo de Vanuatu criticou as organizações humanitárias mobilizadas no arquipélago, devastado por um ciclone, por falta de coordenação, o que custa um tempo precioso, e advertiu que a fome ameaça os moradores.

O vice-presidente da Comissão Nacional de Catástrofes, Benjamin Shing, afirmou que o país, um dos mais pobres do mundo, agradece a ajuda das associações internacionais, mas destacou que muitas ONGs trabalham por conta própria, ao invés de cooperar com o governo.

O ciclone Pam arrasou o arquipélago de 270.000 habitantes na sexta-feira, com rajadas de ventos superiores a 320 km/h.

"Sinto muito, mas tenho que dizer. Em quase todos os países para os quais viajam, têm os próprios sistemas operacionais, as próprias redes e se negam a seguir as diretrizes governamentais", afirmou.

O diretor da Oxfam para Vanuatu, Colin Collett van Rooyen, rebateu as acusações e negou uma falta de cooperação.

A confusão impera também a respeito do balanço de vítimas. A ONU mencionou em um primeiro momento 44 mortes não confirmadas, depois 24 e reduziu o número para 11 vítimas fatais.

Mas o governo afirma que apenas sete pessoas morreram vítimas da tempestade.

"Tecnicamente, sete mortes podem ser atribuídas ao ciclone", declarou Shing, antes de explicar que quatro pessoas que faleceram eram pessoas que já estavam hospitalizadas.

As associações de ajuda internacional enfrentam um quebra-cabeças logístico para atender os 270.000 habitantes deste arquipélago de 80 ilhas, um dos países mais pobres do planeta.

O primeiro-ministro Joe Natuman informou que será necessária pelo menos uma semana para esclarecer a situação, já que a magnitude dos danos e das necessidades continua sendo em grande parte desconhecida.

O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês) revisou o balanço de mortos, que caiu de 24 para 11, vitimados pelo ciclone que provocou rajadas de vento de 320 km/h.

Port Vila, a capital, na ilha de Efate, foi uma das principais áreas afetadas, assim como as ilhas meridionais de Tanna e Erromango.

Mas muitas ilhas permaneceram fora do alcance das equipes de resgate.

O arquipélago muito popular entre os turistas por suas praias de areia branca e águas azul-turquesa está acostumado com tempestades. Mas os mais velhos dizem que nunca viram um tal desastre, considerando que a tempestade foi pior do que o terrível ciclone Uma 1987.

O presidente Baldwin Lonsdale estimou que as mudanças climáticas agravaram a catástrofe. "Nós estamos vendo a ascensão do nível do mar, a mudança nos padrões climáticos", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:Desastres naturaisONGsONU

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais