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"Vamos dominar tudo", diz comandante rebelde líbio

Rebeldes armados com rifles AK-47 e lançadores de foguetes comandavam um contingente com a intenção de tomar Ras Lanuf

Grupo já estava a cerca de 40 quilômetros da localidade portuária, aonde deve chegar na noite de sexta-feira ou na manhã de sábado (John Moore/Getty Images)

Grupo já estava a cerca de 40 quilômetros da localidade portuária, aonde deve chegar na noite de sexta-feira ou na manhã de sábado (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 09h33.

Al Uqayla - Rebeldes contrários a Muammar Kadafi avançaram na sexta-feira em direção ao terminal petrolífero de Ras Lanuf, enquanto o governo tentou sem sucesso bombardear um quartel ocupado por seus rivais no leste da Líbia.

"Vamos dominar tudo, Ras Lanuf, Trípoli", disse à Reuters o militar desertor Magdi Mohammed, dedilhando o pino de uma granada, no posto de controle dos rebeldes na linha de frente.

Mais de 20 rebeldes armados com rifles AK-47 e lançadores de foguetes comandavam um contingente com a intenção de tomar Ras Lanuf, 600 quilômetros a leste de Trípoli. Nesta semana, os rebeldes haviam expulsado as forças de Kadafi da cidade de Brega para Ras Lanuf.

O grupo já estava a cerca de 40 quilômetros da localidade portuária, aonde deve chegar na noite de sexta-feira ou na manhã de sábado.

Seguindo a orientação de um comandante, outro grupo avança pelo deserto líbio, paralelamente à estrada litorânea. "Nós nos espalhamos pelo deserto porque esse cão Kadafi tem veículos para o deserto e aviões caças. É mais difícil para eles nos verem no deserto", disse Adel al Imami, ex-oficial das forças de Kadafi que aderiu à autointitulada Brigada dos Mártires 17 de fevereiro.

Mas há problemas disciplinares entre os jovens voluntários e os militares desertores que os comandam. "Voltem (na estrada)! Todos vocês, eu disse para voltarem", gritou o comandante rebelde Abdul Bashir Gadr, militar profissional, para um grupo de jovens que saiu pelo Saara - um dos soldados tinha menos de 20 anos e estava armado apenas com uma faca.

"O problema dele é o nosso entusiasmo. Ele está nos dizendo para esperar, que seremos eliminados pelas forças de Gaddafi se avançarmos", disse um dos jovens. "Mas nós, os jovens, queremos seguir em frente, e queremos que outros venham conosco", afirmou Muraja Othman, 30 anos, vestindo um "keffiyeh" (lenço típico árabe, usado na cabeça) e segurando um rifle.

Não ficou claro a qual distância atrás deles estavam os veículos blindados, incluindo cinco tanques, que este correspondente viu anteriormente mais a leste, ou quando outros grupos rebeldes reforçariam o contingente de vanguarda.


Mais cedo na sexta-feira, um avião da Líbia lançou um bombardeio logo ao lado dos muros de um quartel rebelde que armazena enormes quantidades de munições, na cidade de Ajdabiyah (leste).

Na véspera, um assessor do ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil que encabeça o Conselho Nacional rebelde sediado em Benghazi, pediu à ONU que autorize bombardeios estrangeiros contra supostos mercenários africanos a soldo de Kadafi no leste da Líbia.

Autoridades dos EUA, no entanto, alertaram para dificuldades logísticas e diplomáticas na imposição da zona de exclusão aérea, lembrando que isso exigiria bombardear a Líbia para destruir as defesas antiaéreas de Kadafi.

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