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Valentine's Day provoca celebrações e protestos no Paquistão

Alguns paquistaneses comemoraram o Valentine's Day nesta quinta-feira com balões e flores, mas outros criticaram o feriado como um insulto ao islã


	Mulher passa em frente a balões de coração: "Isso é imposição de valores e culturas ocidentais em uma sociedade islâmica", disse Syed Askari, porta-voz do Jamaat-e-Islami
 (Mohsin Raza/Reuters)

Mulher passa em frente a balões de coração: "Isso é imposição de valores e culturas ocidentais em uma sociedade islâmica", disse Syed Askari, porta-voz do Jamaat-e-Islami (Mohsin Raza/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 10h39.

Islamabad - Alguns paquistaneses comemoraram o Valentine's Day (Dia dos Namorados em alguns países do mundo) nesta quinta-feira com balões e flores, mas outros criticaram o feriado como um insulto ao islã.

Na cidade portuária de Karachi, que abriga 18 milhões de pessoas, painéis decorados com um coração preto exortaram os cidadãos a "Diga não ao Valentine´s Day".

"Essa tradição reflete insensibilidade, indignidade e ignorância do islã", afirmavam os painéis. Eles foram colocados por um grupo afiliado ao Jamaat-e-Islami, um partido religioso que detém seis das 342 cadeiras legislativas.

Partidos seculares dominam a política paquistanesa e devem ganhar a maioria dos votos nas eleições deste ano, mas os partidos religiosos muitas vezes exercem influência política através de manifestações de rua.

"O Valentine's é contra a cultura islâmica. Em nossa opinião, os relacionamentos são sagrados. Temos casamentos arranjados nesta cultura e as pessoas não se casam por amor", disse Syed Askari, porta-voz do Jamaat-e-Islami. "Isso é imposição de valores e culturas ocidentais em uma sociedade islâmica." "Olhe para o Ocidente -- as pessoas amam seus cães, mas se livram de seus pais quando eles envelhecem. Nós não queremos ser assim." Na cidade de Peshawar, algumas pessoas queimaram cartões românticos na frente das câmeras de televisão na segunda-feira. Mulheres vestindo vestes negras levantavam cartazes denunciando a tradição.

O regulador de radiodifusão estatal, PEMRA, exortou as emissoras a "respeitar os sentimentos dos espectadores".

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