Autoridades da Índia comemoraram esta semana quando o país atingiu um recorde diário com mais de 8 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas.

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Mas mesmo esse ritmo sem precedentes pode não ser rápido o suficiente para o país, que emerge de uma segunda onda devastadora para impedir uma terceira, dizem especialistas.

Eles também questionam se o ritmo desta semana, com uma média de 4,6 milhões de doses por dia em relação a cerca de 3 milhões na maior parte do mês passado, pode ser sustentado.

Apesar de suspender todas as exportações em abril e se beneficiar de uma grande indústria de produção de vacinas, a Índia imunizou apenas 4% da população, ainda muito atrás da maior parte do Ocidente e da China, que tem administrado cerca de 20 milhões de doses por dia.

Nesse ritmo, alguns cientistas dizem que uma terceira onda pode chegar dentro de meses, gerando temores de que o país possa ver uma repetição do recente pesadelo de falta de oxigênio e hospitais lotados.

“Não acho que o ritmo recente possa ser mantido, porque sabemos da situação da oferta”, disse Gautam Menon, professor de física e biologia na Universidade Ashoka, que também trabalha na modelagem de surtos.

“O pico diário parece ter sido resultado de um esforço conjunto de alguns estados, que podem ter estocado doses para esse fim. Precisaríamos de cerca de 10 milhões de doses por dia para garantir que uma onda futura seja menos potente.”

Os desafios da Índia para acelerar a campanha de imunização são consideráveis. Menos de 100 milhões de doses por mês são produzidas atualmente por dois fabricantes para tentar cobrir a população de quase 1,4 bilhão. Há também grande hesitação a ser superada e obstáculos logísticos para chegar em grande parte do interior, onde vivem mais de dois terços dos indianos.

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