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Uso de armas químicas deve ser julgado, diz Ban Ki-moon

A equipe de investigação de especialistas só tem mandato para investigar se foram utilizadas armas químicas, mas não quem as usou


	O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon: missão para investigação já está na Síria para investigar três incidentes, um deles, denunciado pelo regime em Khan al Assal
 (REUTERS/Asmaa Waguih)

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon: missão para investigação já está na Síria para investigar três incidentes, um deles, denunciado pelo regime em Khan al Assal (REUTERS/Asmaa Waguih)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 17h49.

Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que, caso a missão de especialistas que começou a investigar nesta segunda-feira o possível uso de armas químicas na Síria confirme que eles realmente ocorreram, seus responsáveis deverão ser levados a julgamento.

"A partir de suas conclusões científicas, será a comunidade internacional quem vai determinar os seguintes passos a serem seguidos para que os responsáveis sejam levados à justiça", disse Ban em entrevista coletiva na sede central da ONU.

A equipe de especialistas liderada pelo professor sueco, Ake Sellstrom, só tem mandato para investigar se foram utilizadas armas químicas, não quem as usou, e começou hoje os trabalhos na Síria após receber autorização do regime depois de meses de negociações.

Em todo caso, o secretário-geral disse que se for confirmado o uso desse tipo de armamento na Síria, "sem importar quem ou em que circunstâncias", isso representa uma violação do direito internacional pela qual deverão responder seus responsáveis.

A missão já está no local para investigar três incidentes, um denunciado pelo regime em Khan al Assal, na província de Aleppo, onde, segundo as autoridades, 26 pessoas morreram em um suposto ataque rebelde em março.

Os outros dois incidentes foram denunciados por diferentes governos ocidentais, mas as Nações Unidas decidiram não revelar os lugares exatos onde foram registrados "por motivos de segurança".

"É a primeira denúncia do uso de armas de destruição em massa que temos no século XXI e, se for confirmada, quem quer que seja o responsável deverá ser processado", reiterou o secretário-geral.


Ban lembrou que a missão de especialistas trabalhará por um período inicial de 14 dias, que pode ser ampliado, e afirmou que para que a investigação seja crível será necessário "acesso total", além de ressaltar que as autoridades são responsáveis pela segurança da equipe.

"Eles necessitam ter acesso aos lugares para recolher amostras, além de entrevistar e examinar as testemunhas e as vítimas, falar com o pessoal médico e realizar necropsias", acrescentou o secretário-geral.

Por último, voltou a agradecer o apoio dado a essa missão por parte da Organização para a Destruição de Armas Químicas (OPAQ) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e reiterou sua plena confiança na equipe liderada pelo professor Sellstrom.

Tanto o regime de Bashar al Assad como os rebeldes armados se acusaram reciprocamente do uso de armas químicas na Síria, um dos sete países que não assinaram a Convenção sobre Armas Químicas de 1997.

Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, mais de 100 mil pessoas morreram e quase 7 milhões necessitam de ajuda humanitária de emergência, segundo os últimos números das Nações Unidas. EFE

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