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Usinas de Angra são mais seguras que Fukushima, diz Eletronuclear

Angra 1 e Angra 2 possuem mais condições para suportar acidentes em casos de catástrofes naturais

Angra 1 e Angra 2 contam com equipamentos que dispensam energia elétrica para o resfriamento dos reatores, utilizando reservas de água doce armazenadas  no próprio complexo (Wikimedia Commons)

Angra 1 e Angra 2 contam com equipamentos que dispensam energia elétrica para o resfriamento dos reatores, utilizando reservas de água doce armazenadas no próprio complexo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2012 às 14h05.

Rio de Janeiro - As usinas da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense, possuem condições mais favoráveis para suportar acidentes decorrentes de catástrofes naturais do que tinha a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no nordeste do Japão, quando o país foi atingido por um terremoto seguido de tsunami, há cerca de um ano. Por causa dos fenômenos, houve vazamentos e explosões na região, o que gerou um alerta mundial sobre a segurança nuclear.

A conclusão faz parte de um relatório elaborado pela Eletronuclear, estatal responsável pelo complexo brasileiro, a pedido da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para avaliar as condições de segurança das usinas Angra 1 e Angra 2 em casos de catástrofes naturais de extrema severidade. O documento, que segue metodologia utilizada nos países europeus, ficou pronto no fim de março e foi encaminhado à comissão na semana passada.

De acordo com o assessor da diretoria técnica da Eletronuclear, Paulo Carneiro, entre as características técnicas que garantem às usinas brasileiras “uma situação mais favorável” está a existência de um sistema extra de energia elétrica, instalado em áreas protegidas, além do sistema de suprimento de emergência.

“O que foi crítico em Fukushima foi perder toda a alimentação de energia elétrica do sistema de segurança e nas duas usinas [brasileiras], além do sistema de emergência, temos um outro de backup instalado em áreas totalmente seguras. A sociedade brasileira pagou a mais para ter isso, mas num momento como esse é sem dúvida uma vantagem”, afirmou.

 

Carneiro acrescentou que as usinas Angra 1 e Angra 2 contam, ainda, com equipamentos que dispensam energia elétrica, caso haja perda total do suprimento, para o resfriamento dos reatores, utilizando reservas de água doce armazenadas em tanques ou piscinas no próprio complexo nuclear.
O assessor da diretoria técnica da Eletronuclear citou também aspectos naturais que reforçam a segurança das usinas brasileiras, como a localização em uma área de baixa atividade sísmica e sem tsunamis.

“A Região Sudeste brasileira é uma região onde não há ameaça de terremotos de grande intensidade como os que ocorrem no Japão. Além disso, a central se localiza em uma área de baía, naturalmente protegida do oceano pela Ilha Grande, o que exclui a possibilidade de ocorrência de tsunami”, explicou.

Ele ressaltou, no entanto, que a principal preocupação da região de Angra dos Reis é a ocorrência de chuvas intensas com ameaça de deslizamento de encostas. O relatório elaborado pela equipe técnica da Eletronuclear aponta que, também para essas situações, o projeto é seguro.

“Esse aspecto também foi reavaliado e o nível de proteção para esse tipo de evento também é bom, mas ainda estamos avançando em alguns estudos e talvez adotemos algumas medidas adicionais de proteção em casos de inundações, apenas para garantir uma segurança ainda maior”, destacou.

De acordo com a Eletronuclear, Angra 1 começou a operar em 1985 e tem capacidade para geração de 657 megawatts (MW). Já Angra 2, que começou a operar comercialmente em 2001, tem capacidade de gerar 1.350 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes. A terceira usina do complexo, com capacidade para produzir 1.405 MW, está sendo construída e deve entrar em operação no final de 2015.

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