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Usinas de Angra resistem a terremotos de 6,5 graus e ondas de até 7 metros

Mesmo não estando sujeito aos fenômenos naturais extremos que atingiram o Japão, o Brasil poderá adotar novos protocolos de segurança

A partir de estudos do acidente japonês, protocolos de segurança poderão ser reforçados nas usinas de Angra e em novos projetos. (Divulgação)

A partir de estudos do acidente japonês, protocolos de segurança poderão ser reforçados nas usinas de Angra e em novos projetos. (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 16 de março de 2011 às 10h56.

São Paulo - A tragédia no Japão desperta preocupações globais sobre a segurança nuclear. Enquanto aguardam o desfecho do acidente na usina de Fukushima, muitos países recuam em seus projetos atômicos, anunciando a revisão e a suspensão temporária de novas usinas. No Brasil, o programa nuclear nacional, que prevê a instalação de Angra 3 e de pelo menos mais quatro usinas até 2030, deve se manter inabalado.

Na tarde desta terça-feira (15), o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, disse que as usinas brasileiras são seguras e que o país não corre risco de enfrentar fenômenos naturais extremos como os maremotos e terremotos que atingiram o Japão.

Apesar dessa imunidade, ressaltou, as usinas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, foram construídas para resistir a terremotos de 6,5 graus na escala Richter e inundações de até sete metros.

Mercadante enfatizou que as usinas brasileiras possuem sistemas redundantes de segurança. Ele citou, por exemplo, que as varetas que compõem os reatores têm a capacidade de reter com mais eficiência um possível vazamento. Outro ponto diz respeito ao sistema independente de refrigeração. E, por último, uma sala de contenção com paredes mais espessas que a dos asiáticos.

Novos protocolos de segurança podem ser adotados

Um grupo especial da Comissão Nacional de Energia Nuclear vai acompanhar de perto o desenrolar do acidente na usina de Fukushima, que pode dar origem a um novo protocolo de segurança nuclear. De acordo com Mercadante, caso isso aconteça, o Brasil irá adotar todas as medidas necessárias nas usinas existentes e nas novas construções.

"Assim como acontece na indústria da aviação, a indústria nuclear aproveita acidentes para estudar novas soluções e melhorar procedimentos técnicos", diz Edson Kuramoto, presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben). Em entrevista à EXAME.com, o especailista afirmou que o ciclo de crescimento da energia nuclear experimento pelo mundo nos últimos anos não deverá ser afetado

Atualmente, as 430 usinas nucleares em operação no muno respondem por 16% da geração total de energia elétrica. O futuro, entretanto, aponta uma fatia maior de participação. Segundo o relatório World Energy Outlook 2010, da Agência Internacional de Energia (Aie), a geração nuclear pode, daqui a 30 anos, chegar a responder por até 24% da eletricidade do planeta.

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