Mundo

Usina nuclear japonesa tem aprovação preliminar em segurança

Usina pode tornar-se a primeira instalação nuclear do país a recomeçar as atividades sob novas e mais rígidas regulamentações


	Usina nuclear: novos padrões envolvem salvaguardas contra desastres naturais e contra severos acidentes nucleares
 (Toshifumi Kitamura/Reuters)

Usina nuclear: novos padrões envolvem salvaguardas contra desastres naturais e contra severos acidentes nucleares (Toshifumi Kitamura/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 09h38.

Tóquio - Uma usina nuclear no sul do Japão superou um obstáculo inicial em sua segurança nesta quarta-feira, podendo tornar-se a primeira instalação nuclear do país a recomeçar as atividades sob novas e mais rígidas regulamentações de segurança, após o setor ter sido desligado por conta do desastre de Fukushima em 2011.

Com o Japão em seu primeiro verão sem energia nuclear em quatro décadas, o primeiro-ministro Shinzo Abe está buscando religar o setor nuclear, à medida que um prolongado desligamento força o país a depender de custosas importações de combustíveis fósseis.

A Autoridade de Regulamentação Nuclear (ARN) do país deu aprovação preliminar de segurança para a usina de Sendai, da Kyushu Electric, aceitando seu design melhorado e novos recursos de segurança.

Os novos padrões envolvem salvaguardas contra desastres naturais, como terremotos e tsunamis, e também contra severos acidentes nucleares.

A unidade pode ser religada entre setembro ou novembro, se conquistar aprovação das comunidades locais. "Esse é um passo adiante. Após termos conseguido a decisão de segurança, gostaríamos de avançar para o religamento com a compreensão das (comunidades) locais”, disse Abe durante visita ao norte do Japão nesta quarta-feira, de acordo com a agência de notícias Jiji.

Os reatores do Japão foram gradualmente desativamos, sendo que o último foi fechado no ano passado, após um grande terremoto e um tsunami terem destruído a usina de Fukushima Daiichi em março de 2011, ocasionando o pior desastre nuclear no mundo desde Chernobyl, em 1986.

O desastre de Fukushima abalou a confiança pública na energia atômica e expôs as ligações íntimas entre uma poderosa indústria nuclear e um órgão regulador que era fiscalizado por um braço do governo que promovia essa fonte de energia.

A ARN, regulador independente estabelecido em 2012, tem vetado as tentativas de retomada de atividades de usinas nucleares há mais de um ano. Autoridades reguladoras realizaram 62 audiências e produziram milhares de páginas de trabalhos técnicos para avaliar os melhorados recursos de segurança da usina de Sendai.

“Acredito que fomos capazes de compilar esta revisão com independência e transparência, ao passo que mantivemos a neutralidade. Espero e desejo que este (processo) seja capaz de ganhar a confiança do público, mas isso é o público que decidirá”, disse o presidente do Conselho da ARN, Shunichi Tanaka.

A aprovação de Sendai é um alívio para a Kyushu Electric, que já registrou três anos de prejuízos e pediu um regaste de um banco de apoio estatal. A empresa espera gastar mais de 3 bilhões de dólares para atualizar suas duas usinas nucleares no sul do Japão.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaJapãoPaíses ricosUsinasUsinas nucleares

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru