O nível 6 de Fukushima corresponde à liberação considerável ao exterior de materiais radioativos (©AFP Toru Yamanaka)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 19h05.
Tóquio - A usina japonesa de Fukushima atingiu o nível 6 de alerta nuclear, o segundo mais grave da Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (Ines), de acordo com o presidente da Autoridade de Segurança Nuclear da França, André-Claude Lacoste.
O nível 7, o mais alto na escala de medição dos fatos nucleares (acidentes graves), corresponde à liberação ao exterior de materiais radioativos com amplos efeitos para a saúde e o meio ambiente e requer a aplicação prolongada de medidas antídotas.
A tragédia da usina ucraniana de Chernobyl é o único caso já registrado de acidente grave.
Em 26 de abril de 1986, foi decretado nível de alerta 7, após a explosão do reator número 4 da central de Chernobyl, na Ucrânia, na época pertencente à União Soviética.
O nível 6 (acidente grande) corresponde à liberação considerável ao exterior de materiais radioativos e provavelmente requereria a aplicação de medidas antídotas.
A central de Mayak, situada nos Montes Urais, nas proximidades de Kyshtym (antiga União Soviética) sofreu um acidente deste nível em setembro de 1957.
O nível 5 (acidente com consequências de maior alcance) se estabelece quando ocorre uma liberação limitada de materiais radioativos ou se registram várias mortes por radiação. Também se o reator sofre danos graves ou ocorre liberação de grandes quantidades de materiais radioativos dentro da instalação. Costuma requerer a aplicação de medidas antídotas.
Os acidentes das usinas de Windscale-Sellafield em Liverpool (Reino Unido), em 1957, e Three Mile Island, em Harrisburg, Pensilvânia (Estados Unidos), em 1979, atingiram o nível 5.
O nível 4 (acidente com consequências de alcance local) corresponde aos fatos em que há liberação menor de materiais radioativos.
O nível 4 implica em pelo menos uma morte por radiação e há fusão de combustível ou liberação de porções consideráveis de radiação dentro da usina.
Não costumam ser necessárias medidas antídotas, salvo a fiscalização local de alimentos. Neste nível se encontram os acidentes de Tokaimura (Japão), em 1999, e Saint Laurent des Eaux (França), em 1980.
O nível 3 (incidente grande) se refere aos casos em que a exposição à radiação é dez vezes superior ao limite estabelecido para os trabalhadores e nos quais há impactos à saúde, mas não fatais (por exemplo, queimaduras). Também inclui a contaminação em zonas não previstas pela usina.
Embora na época não se utilizasse na Espanha a escala Ines, o acidente sofrido em outubro de 1989 pela usina espanhola de Vandellós I (Tarragona) chegou a este nível, segundo os especialistas.
O nível 2 (incidente) corresponde à exposição de uma pessoa a índices de radiação acima de 10 milisievert (msv) por hora, que é o limite anual previsto pela Comunidade Europeia da Energia Atômica (Euratom) à exposição de um trabalhador acima dos limites anuais regulamentares.
Também são de nível 2 os fatos em que se registra grande contaminação em zona não prevista pela usina ou quando há níveis superiores a 50 msv/h em uma área de operação.
O nível 1 (anomalia) contempla a exposição excessiva de uma pessoa acima dos limites anuais regulamentares, problemas menores em componentes de segurança e a perda ou roubo de fontes radioativas.