Montevidéu - O Governo do Uruguai recebeu uma proposta de investimento para a construção de um novo porto de águas profundas no leste do país que poderia chegar a US$ 3,5 bilhões, informaram nesta sexta-feira fontes do Executivo.

Um comunicado publicado no site da Presidência destacou que o chefe de Estado, José Mujica, recebeu em seu escritório um consórcio internacional que ressaltou a possibilidade de investir na obra, um dos projetos nos quais o Governo mais trabalhou nos últimos meses.

Segundo a emissora "El Espectador", o grupo investidor seria formado por empresários brasileiros, espanhóis, italianos, israelenses e britânicos que trabalham em setores como gestão de portos, pesca, petróleo, minerais, energia e têxtil, apesar de os investidores não terem sido anunciados oficialmente.

Após a reunião, na qual também participaram o ministro de Transporte e Obras Públicas, Enrique Pintado, e o subsecretário de Economia e Finanças, Pedro Buonomo, Mujica decidiu criar uma equipe com participação de vários órgãos do Governo para avaliar a proposta.

Segundo o vice-secretário da Presidência, Diego Cánepa, esta proposta, "muito concreta e fundamentada" foi acompanhada de perto pelo Executivo nos últimos meses, e nela também participaram possíveis clientes para expressar suas necessidades.

Em 17 de dezembro, o presidente Mujica anunciou ter recebido uma proposta concreta para a construção de um porto de águas profundas no país, mas destacou que só poderia dar detalhes sobre ela em março.

O porto de águas profundas, que ficaria na região Rocha, sobre o Atlântico sul, tem sido há meses um dos assuntos centrais nas conversas do Uruguai com Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai.

De acordo com estas conversas, o porto, por sua localização estratégica e sua capacidade para receber navios de grande calado, seria de uso conjunto entre todos estes países.