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Uruguai inaugura primeiro Museu da Cannabis na América do Sul

O Museu da Cannabis de Montevidéu está situado em pleno centro da capital uruguaia e conta com uma variedade de artigos

Legalização: "A cannabis tem muitos aspectos fascinantes" (Pablo Porciuncula/AFP/AFP)

Legalização: "A cannabis tem muitos aspectos fascinantes" (Pablo Porciuncula/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 14h49.

Montevidéu - O Uruguai inaugurou nesta sexta-feira o primeiro Museu da Cannabis da América do Sul, uma iniciativa que procura mostrar ao visitante a história da cannabis e para que conheça a "variedade de uso" dessa planta, segundo explicou à Agência Efe o diretor do recinto, Eduardo Blasina.

O Museu da Cannabis de Montevidéu (MCM) está situado em pleno centro da capital uruguaia e conta com uma variedade de artigos, documentos e outros elementos relacionados à planta.

A ideia, segundo comentou Blasina, surgiu após a aprovação da lei de legalização da venda e produção de maconha em dezembro de 2013, durante o governo do ex-presidente José Mujica (2010-2015).

O diretor do museu afirmou que a cannabis "é uma planta que oferece múltiplas facetas", embora tenha opinado que "o discurso se centra em uma só de suas características".

Por esta razão, Blasina indicou que é "bom" que o visitante "conheça que a cannabis está há milhares de anos sendo cultivada" e que "tem uma variedade de uso enorme".

Blasina, que é sócio de uma das empresas adjudicatárias da produção de maconha no país, afirmou que outra finalidade do empreendimento é "mostrar a cannabis dentro de uma lógica de reencontro com a natureza".

"A cannabis tem muitos aspectos fascinantes", afirmou o uruguaio, ao mesmo tempo que explicou a importância que teve dita planta ao longo da história.

Blasina se referiu à possibilidade de o museu servir para promover um turismo relacionado à cannabis e, por ali, a chegada de visitantes estrangeiros.

"Nós esperamos que sim", assegurou sobre essa possibilidade e afirmou que se interessa por promover "um Uruguai multicultural, possa vir gente de outras culturas que tenham em comum o cuidado e o amor pela natureza".

O responsável do museu também opinou sobre as dificuldades que atravessou a regulamentação da maconha no Uruguai, onde três anos após ter legalizado sua produção e venda, ainda mantém em espera os que pretendem comprar desta substância de forma legal.

Apesar da legislação prever que os usuários que tenham um registro oficial possam comprar 10 gramas de cannabis por semana com um teto de 40 gramas por mês, as autoridades uruguaias ainda não colocaram em prática este aspecto da lei.

Isto se soma ao anúncio realizado recentemente pelo presidente do Uruguai Tabaré Vázquez, que afirmou que a maconha não será comercializada antes do final do ano.

Nesse sentido, Blasina afirmou que é "natural que demore" porque é a "primeira vez que fazemos isso".

Além disso, afirmou que "comercializar em farmácias é muito mais difícil e muito mais complexo".

Apesar disto, Blasina explicou que as outras duas partes da lei -que preveem o autocultivo e a criação de clubes canábicos- "estão funcionando muito bem".

"Espero que essas duas partes que já estão funcionando bem, seja como for o processo político uruguaio, não deem marcha à ré", manifestou.

O Museu do Cannabis de Montevidéu se encontra em pleno bairro Palermo, e localizará o país em um "circuito global que inclui Amsterdã, Barcelona e Califórnia", segundo afirma um escrito divulgado pelo museu.

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